Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade. (II Coríntios 13,8)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

49 milhões a 5

Por Ann Coulter

Logo após o assassinato a tiros do abortista George Tiller, o presidente Barack Obama enviou uma mensagem alertando que esta nação não tolerará ataques a militantes pró-vida ou a qualquer norte-americano por causa de sua religião ou crença.

Haha! Brincadeirinha! Esta foi a principal manchete -- com pequenas alterações -- de um editorial do New York Times lançando um alerta sobre teoréticos crimes de ódio contra muçulmanos, que foi publicada oito meses após os atentados de 11/09/2001. Será que os pró-vidas poderão ver aprovada uma lei contra crimes de ódio e também páginas e páginas escritas para convencer aos norte-americanos que "a maioria dos pró-vidas são pacíficos"?

Por anos temos ouvido falar sobre a grave ameaça de que os norte-americanos reajam desproporcionadamente a um ataque terrorista cometido por 19 muçulmanos bradando "Allahu akbar" enquanto guiavam aviões comerciais em direção a arranha-céus de New York. Isto seria o equivalente a 19 pró-vidas gritando "Cada aborto assassina um coração pulsante!" enquanto alvejassem milhares de cidadãos inocentes em Wichita, Kansas.

Por que os esquerdistas não estão se apressando a nos assegurar desta vez que "a maioria dos pró-vidas são pacíficos?" Bem diferente dos muçulmanos, os pró-vidas verdadeiramente são pacíficos.

De acordo com recentes pesquisas de opinião, a maioria dos norte-americanos se opõem ao aborto -- o que é consistente com a histérica recusa dos esquerdistas em votar sobre tal assunto. Em um país com aproximadamente 150 milhões de pró-vidas, 5 abortistas foram mortos desde Roe x Wade.

Durante os mesmos 36 anos, mais de 49 milhões de bebês foram assassinados por abortistas. Vamos rever o placar, torcedores: 49.000.000 a 5.

Enquanto isto, perto de 2 milhões de muçulmanos vivem nos EUA, e, embora os muçulmanos sejam menos assassinos que abortistas, estou bem certa que eles mataram mais do que 5 pessoas nos EUA nos últimos 36 anos. Por alguma razão, o número "3.000" fica aparecendo em minha mente.

Então, em um país que é mais do que a metade pró-vida -- e que 80% se opõem aos aborto de último trimestre, os do tipo que eram feitos por Tiller -- apenas 5 abortistas foram assassinados. E em um país que é menos do que 0,5% muçulmano, algumas dúzias de muçulmanos mataram milhares de norte-americanos.

Mas a morte de aproximadamente um abortista por década leva os esquerdistas a condenar todo o movimento pró-vida como "terroristas domésticos". Pelo menos os esquerdistas finalmente encontraram alguns terroristas que eles gostariam de enviar para Guantanamo.

Tiller gabava-se sobre já ter feito 60.000 abortos, incluindo abortos de bebês viáveis, aptos a sobreviverem fora do útero de suas mães. Ele ganhou milhões de dólares fazendo abortos de último trimestre, que são tão grotescos que apenas dois outros abortistas o fazem em todo o país.

A lei de Kansas permite abortos no último trimestre apenas para salvar a vida da mãe ou para prevenir um "irreversível dano físico" à mãe. Mas Tiller estava mais do que feliz em assassinar bebês viáveis, pois: 1) cada aborto deste tipo custava US$ 5.000; 2) ele atestava que havia "condições substanciais e irreversíveis" para justificar o aborto, o que, na visão do Dr. Tiller, aparentemente incluiria ser impedida de ir a shows ou a rodeios, ou ainda ficar "temporariamente deprimida" por causa da gravidez.

Em retorno pelo dinheiro de sangue do rentável abatedouro de Tiller, os democratas teceram uma rede de proteção para o abortista.

Em 1997, o jornal The Washington Post publicou que Tiller compareceu à Casa Branca -- Bill Clinton era o presidente -- para um café-da-manhã para os maiores doadores de campanha. Além da doação de US$ 25.000 para Clinton, Tiller queria agradecer-lhe pessoalmente pelos 30 meses de sua proteção a cargo de agentes federais pagos pelo dinheiro dos contribuintes.

Os democratas de Kansas que recebiam de Tiller centenas de milhares de dólares em doação para campanhas repetidamente intervinham para barrar qualquer interferência no abortório de Tiller.

Kathleen Sebelius, que era a governadora do estado do Kansas até Obama a nomear para a Health and Human Services Secretary, recebeu centenas de milhares de dólares em doações de Tiller. Enquanto governadora, Sebellius vetou uma lei que restringiria os abortos de último trimestre e uma outra que obrigaria Tiller a entregar seus registros sobre atestados de "condições substanciais e irreversíveis" em justificativa dos abortos no último trimestre.

O Procurador-Geral Paul Morrison também foi eleito com a ajuda do dinheiro de sangue de Tiller em substituição ao anterior, um republicano, que estava no meio de uma investigação sobre vários crimes de Tiller, incluindo sua falha em relatar estupros de menores ("statutory rapes" - nos EUA, o sexo de um(a) adulto(a) com um(a) menor de 16 anos, mesmo consentido, é considerado um tipo de estupro), apesar de fazer abortos em meninas grávidas com apenas 11 anos.

Mas logo após Morrison substituir o Procurador-Geral republicano, as acusações contra Tiller foram reduzidas e, em curto espaço de tempo, ele foi absolvido de crimes menores. Apesar disto, em um caso que não é incomum ao se fazer negócios com democratas, Morrison já é história, tendo sido forçado a sair quando sua amante o acusou de assédio sexual e corrupção.

Tiller não era protegido apenas por uma Guarda Pretoriana de democratas eleitos, mas também pela pluralidade protetora da Evangelical Lutheran Church in America (ELCA - Igreja Evangélica Luterana na América) -- coincidentemente, a mesma igreja ao qual pertencia um conterrâneo de Tiller que se auto-proclamava "BTK killer" (um famoso matador em série de Wichita).

A página oficial da ELCA assim instrui aos visitantes: "Um vida em desenvolvimento no útero não tem um direito absoluto ao nascimento". Assim como decidem quem tem e quem não tem um "direito absoluto a nascer", quem é que pode dizer que abortistas que fazem os abortos de último trimestre têm "direito absoluto" à vida?

Eu não mataria um abortista, mas eu não desejaria impor meus valores morais aos outros. Ninguém é a favor de atirar em abortistas. Mas como a criminalização de homens tomando difíceis e trágicas decisões será um meio efetivo de alcançar a meta de reduzir o assassinato de abortistas?

Seguindo os preceitos morais dos esquerdistas, acredito que a correta posição seja: Se você não acredita no assassinato de abortistas, então não atire em um.


Fonte da tradução: contra o aborto

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