Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade. (II Coríntios 13,8)
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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Dom Vital, a Questão Religiosa no Brasil e a Maçonaria



Dom Vital – A Questão Religiosa no Brasil


“Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. ” (Genesis 3,15)

Aspectos políticos e religiosos que antecederam a questão religiosa durante o Segundo Reinado (1839-1889).


a) Maçonaria e protestantismo

No segundo império do Brasil a religião oficial era a católica. O Padroado dava ao Imperador D. Pedro II alguns privilégios, como os de indicar a nomeação de bispos, coletar dízimos, criar igrejas e prover os Benefícios Eclesiásticos.

O padroado fora um benefício concedido pela Igreja para algumas nações benfeitoras, com o objetivo de incentivar a expansão e manutenção da fé nos territórios coloniais dessas nações. No caso do Brasil, os reis portugueses tinham recebido da Igreja esses direitos, para patrocinar a atividade missionária em suas colônias.

Através da Bula Proeclara portugaliae algarbiorum que regum, o Papa Leão XII, em 15 de maio de 1827 concedeu o direito de padroado ao Império Brasileiro. Porém, o Parlamento brasileiro imediatamente rejeitou a bula, com o argumento de que o direito do padroado já era inerente à soberania e não necessitava de tal reconhecimento.

Desta rejeição da Bula papal pode-se constatar a tendência nacionalista, de origem galicana, do império brasileiro, que levava a não aceitar a autoridade e interferência do Papa, considerado como “monarca estrangeiro”, no território nacional

Se a constituição de 1824 garantia a religião católica como oficial do império, também concedia ao Imperador D. Pedro II as atribuições de conceder ou negar beneplácitos aos Decretos dos Concílios, Letras Apostólicas, e quaisquer outras Constituições Eclesiásticas.

O Imperador tinha o direito, conforme a Constituição, de examinar todos os documentos vindos de Roma, que só entrariam em vigor no Brasil após o seu placet, ou seja, após o consentimento imperial.

Assim, Joaquim Nabuco, liberal e maçom, exprime o pensamento dos autores da Constituição em relação à Igreja no Império brasileiro, deixando clara sua concepção galicana:

“ O pensamento dos autores da Constituição foi fundar entre nós uma igreja nacional, que vivendo na unidade católica tivesse uma certa independência da centralização romana, (…), esse privilégio da igreja galicana. Para isso, o legislador constituiu o Imperador a primeira autoridade eclesiástica do País, neste sentido – que lhe pertence não só a escolha do pessoal, a formação da hierarquia da igreja, como o julgamento supremo de todas as leis e decretos dos Papas e dos Concílios. ” (Nabuco, Joaquim – O Poder Ultramontano apud Villaça, Antônio Carlos – História da questão religiosa no Brasil, 1974, p.146)

O nome dado a essa defesa do direito de interferência do chefe de estado em assuntos internos da Igreja é regalismo. E no Segundo Império o regalismo era – ou se tornou – anticlerical, como veremos, o que de resto era fácil de acontecer.

Com esse cenário político no Brasil, por influência dos liberais e do republicanismo americano, a Maçonaria, numa ação conspiratória, não perdeu tempo em ajudar a desgastar a relação entre o Império e a Igreja, procurando sempre gerar conflitos, visando a acelerar a separação entre a Igreja e o Estado.

Um fato que chama atenção é o estreito relacionamento, e também a ajuda mútua, entre maçons e protestantes no período do Segundo Império. Os maçons protegiam e ajudavam a financiar o proselitismo protestante nas províncias. E, antes de criarem os seus próprios jornais, os protestantes publicavam artigos contra a doutrina católica nos jornais maçônicos. Houve um missionário protestante que chegou a afirmar, absurdamente, que Deus é quem estava ajudando a Maçonaria a destruir a hegemonia católica no Brasil.

A Igreja respondia aos ataques através de seus jornais católicos. Já contra o proselitismo protestante, a Igreja reclamava com o governo, pois a religião oficial, no Brasil imperial era a católica. Outras religiões eram permitidas, porém com culto doméstico sem divulgação ou propaganda, conforme a constituição vigente.

Para se ter uma ideia da extensão da ajuda mútua entre maçons e protestantes, um pastor luterano no interior de São Paulo, sem o menor constrangimento, alugou um salão maçônico, por falta de outro local, para a realização de cultos protestantes.

Pode-se de imaginar o tal pastor luterano criticando a Igreja Católica por possuir imagens de Nosso Senhor, de Nossa Senhora e dos Santos, em meio a vários símbolos, figuras e imagens esotéricas em um local onde se ensinava, secretamente, uma doutrina contrária à doutrina de Cristo.

A relação entre a Maçonaria e o protestantismo é, aliás, antiga. A chamada Maçonaria moderna ou Maçonaria especulativa, criada em 1717 na Inglaterra, tem, como principal fundador, o pastor protestante James Anderson.

Aqui, os políticos liberais maçons tinham como objetivo transformar rapidamente o Brasil em uma república. No campo religioso, seus principais objetivos eram os de separar a Igreja do Estado, permitir a liberdade de culto e instituir o casamento civil. Entre outros, o deputado Tavares Bastos, Tito Franco e o senador Saldanha Marinho.

Tavares Bastos, deputado anticatólico e maçom, foi um dos maiores defensores da causa protestante no Brasil. Tinha como amigo íntimo James Colley Fletcher, um americano calvinista que veio para o Brasil a princípio como capelão da Marinha americana, pois, contexto da corrida do ouro (1849), muitos americanos, contornando o continente pelo Sul, estavam passando pelo Brasil, na época, tendo como destino a California. Posteriormente, Fletcher, que tinha vários amigos maçons com posições importantes no Império brasileiro, dava suporte e proteção aos protestantes de todas as denominações.

Tavares Bastos sustentava a a tese de que o “progresso” só viria ao Brasil se a nação se tornasse protestante e renegasse toda sua origem cultural. Par alcançar esse objetivo, defendia a imigração em massa de americanos para o Brasil. Também racista, chegou a dizer que era necessário que o Brasil corrigisse a causa de seu “atraso” e sua imoralidade, cujo pior aspecto era, segundo ele, a mistura de raças. Porém, como tinha correligionários mulatos, como o próprio Saldanha Marinho, recuou e não mencionou mais o que realmente pensava a este respeito.Mas não deixava de manifestar seu pensamete maçônico e anti-católico, tendo dito em certa ocasião: “(…) o que fazer? Não se podia mais agir (…) como Marques de Pombal, e ameaçar queimar vivos os jesuítas, expulsá-los ou prende-los… A liberdade de culto resultaria em maior indiferença religiosa, degradaria o catolicismo (…)” (Vieira, David Gueiros – O protestantismo, a Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil, 1980, p.286)

Também o deputado Tito Franco, igualmente maçom, ajudava e protegia os protestantes. Como fez em Belém, terra do Bispo Dom Macedo. Tito em certo momento teve posição contrária aos colegas Saldanha Marinho e Tavares Bastos, que desejavam uma separação rápida entre Igreja e Estado. A posição de Tito Franco era a galicana, queria que a Igreja permanecesse ligada ao Estado para ser controlada. Para ele o Estado deveria permitir a liberdade religiosa e de culto, pois assim a população poderia se dividir em vários grupos religiosos e, então seria mais seguro separar a Igreja do Estado. No seu entender, era perigoso deixar a Igreja Católica livre do controle do Estado, pois muitas pessoas poderiam se converter ao Catolicismo e isso se tornaria uma ameaça aos planos maçônicos e ao “progresso”.

O senador Saldanha Marinho, jornalista, também maçom, publicou em artigos de jornais, ataques e críticas sistemáticos contra a Igreja Católica. Seu objetivo era, segundo Vieira, “ (..) promover, pela propaganda (jornalística), a separação de Igreja e do Estado, desfazendo assim, “ o consórcio híbrido entre trono e altar” a fim de estabelecer a “liberdade humana” no Brasil (…) absoluta liberdade de culto (…) e pela liberdade de consciência” (Vieira, David Gueiros – O protestantismo, a Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil, 1980, p.288)



b) Textos pontifícios e episcopais



Como é sabido, pouco antes, em 1832, Papa Gregório XVI na encíclica Mirari Vos condenara a liberdade de consciência e a separação entre Igreja e o Estado. Diz ele:

“Delírio da liberdade de consciência

“10. Dessa fonte lodosa do indiferentismo promana aquela sentença absurda e errônea, digo melhor disparate, que afirma e defende a liberdade de consciência. Este erro corrupto abre alas, escudado na imoderada liberdade de opiniões que, para confusão das coisas sagradas e civis, se estendo por toda parte, chegando a imprudência de alguém se asseverar que dela resulta grande proveito para a causa da religião. Que morte pior há para a alma, do que a liberdade do erro! Dizia Santo Agostinho (Ep. 166). Certamente, roto o freio que mantém os homens nos caminhos da verdade, e inclinando-se precipitadamente ao mal pela natureza corrompida, consideramos já escancarado aquele abismo (Apoc 9,3) do qual, segundo foi dado ver a São João, subia fumaça que entenebrecia o sol e arrojava gafanhotos que devastavam a terra. Daqui provém a efervescência de ânimo, a corrupção da juventude, o desprezo das coisas sagradas e profanas no meio do povo; em uma palavra, a maior e mais poderosa peste da república, porque, segundo a experiência que remonta aos tempos primitivos, as cidades que mais floresceram por sua opulência, extensão e poderio sucumbiram, somente pelo mal da desbragada liberdade de opiniões, liberdade de ensino e ânsia de inovações“ (Papa Gregório XVI – Encíclica Mirari Vos, 1832)

“Males da separação da Igreja e do Estado

“16. Mais grato não é também à religião e ao principado civil o que se pode esperar do desejo dos que procuram separar a Igreja e o Estado, e romper a mútua concórdia do sacerdócio e do império. Sabe-se, com efeito, que os amadores da falsa liberdade temeram ante a concórdia, que sempre produziu resultados magníficos, nas coisas sagradas e civis. ” (Papa Gregório XVI – Encíclica Mirari Vos, 1832)

E o Papa Pio IX, no Syllabus, entre vários erros também condenou a liberdade de culto:

“III. Indiferentismo, Latitudinarismo

“16° No culto de qualquer religião podem os homens achar o caminho da salvação eterna e alcançar a mesma eterna salvação.

“18° O protestantismo não é senão outra forma da verdadeira religião cristã, na qual se pode agradar a Deus do mesmo modo que na Igreja Católica. ” (Papa Pio IX – Syllabus, 1864).

“IX. Erros acerca do Principado Civil do Pontífice Romano

“77° Na nossa época já não é útil que a Religião Católica seja tida como a única Religião do Estado, com exclusão de quaisquer outros cultos.

“78° Por isso louvavelmente determinaram as leis, em alguns países católicos, que aos que para aí emigram seja lícito o exercício público de qualquer culto próprio.

“79º É falso que a liberdade civil de todos os cultos e o pleno poder concedido a todos de manifestarem clara e publicamente as suas opiniões e pensamentos produza corrupção dos costumes e dos espíritos dos povos. ” (Papa Pio IX, Syllabus, 1864).

Também Dom Vital, explicou e alertou, para seus fiéis de Pernambuco, sobre os erros da liberdade desejada pela Maçonaria:

“ Só o catolicismo garante a verdadeira liberdade, só ele dá a verdadeira significação e frutos saborosos (…) Liberdade não é licença; a liberdade sem limites não é progresso, é o trabalho de um cadáver em decomposição! ”

“(…) Persuadi-vos que somente o Filho de Deus feito homem é o nosso libertador; nele está a nossa salvação. Por amor dele obedecei à autoridade terrena, e dai a Cesar o que é de Cesar; mas não vos esqueçais que não sois escravos de ninguém, e que a vossa obediência é devida antes de tudo a Deus. Sede sujeitos aos pastores que a Igreja vos deu para dirigir-vos; fugi sobretudo dos semeadores do cisma e da falsa liberdade. ” (Olívola, Frei Felix de – Um Grande Brasileiro, p. 69,1967)

Nos dias de hoje podemos, claramente, constatar a decadência moral a que uma falsa liberdade humana, escrava dos piores pecados, trouxe para o Brasil e para o mundo.

Atualmente, como escreveu o ex-maçom francês Maurrice Caillet podemos saber que os princípios da falsa liberdade “…tem levado a maçonaria a preparar e a promover na França todas as leis que favorecem a libertinagem sexual, o divórcio, a contracepção química e mecânica, o aborto, o célebre PACS (pacto civil de solidariedade, uma união civil entre pessoas heterossexuais ou homossexuais), a manipulação de embriões e a despenalização de drogas brandas, assim como a legalização da eutanásia” (Caillet, Maurice – Yo fui Masón pag.177, 2008)

E, assim, ”é todo o conceito de família que está sendo derrubado. ” (Simon, Pierre – De la vie avant toute autre chose, 1979, Ed. Mazarine apud Caillet, Maurice –Yo fui Masón pag.178,2008)

Vejamos abaixo, a título de exemplo, o parecer de uma loja maçônica sobre perguntas feitas no congresso maçônico, de fevereiro de 1904, do Estado de São Paulo:

“ 1) Há convivência na ação conjunta e uniforme da Maçonaria do Sul da América, para fazer frente à invasão do clericalismo?

2) A maçonaria assim unida poderá conseguir que as Nações Sul-Americanas reajam desde já contra semelhante invasão?

3) Quais os meios a empregar?

4) As lojas sentem-se com força para a luta e contam com elementos para agir por si ou auxiliando os PPd SSup?

I Série 1°, 2°, 3° … respondemos sim, é necessário enfrentar o clericalismo até enforcar o último papa com os intestinos do último frade. Meio a empregar: energia constante; sentimo-nos com força e coragem e contamos com bastante elemento”. (Kloppenburg, Dr. Boaventura – A Maçonaria no Brasil, página 300)

Vemos claramente que a Maçonaria, ao contrário do que propala, não é favorável à liberdade de todos os cultos. Na verdade, ela é contra o Catolicismo e contra a Igreja, para assim propagar e impor a sua doutrina oculta. O antagonismo entre o ensinamento da Igreja e o da Maçonaria é mais bem compreendido, quando entendemos que os princípios maçônicos emanam de uma doutrina oculta, a gnose. Segundo João Anatalino, maçom,

“De qualquer forma, em tudo que se refere à Maçonaria, essas informações são de extrema importância quando se trata de conhecer a sua origem e entender a sua filosofia. Ela contém raízes muito profundas na Gnose (…) E embora a Gnose, como sistema de pensamento, tenha sobrevivido (…) através dos séculos, foi através da prática maçônica que ela ganhou corpo entre a elite intelectual que se formou após o período cultural conhecido com Renascença. ” (Gnose e Maçonaria – João Anatalino – Recanto das Letras, http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=3874910)

“Mas foi a Gnose que forneceu à Maçonaria os grandes temas desenvolvidos em seus rituais, Foi, aliás, por intermédio dos filósofos daquela escola de pensamento que tomamos conhecimento dos grandes mitos da Antiguidade, oriundos das culturas egípcia, persa, caldeia e grega principalmente, que a Maçonaria adotou em seus rituais (…) Não é sem razão que as confissões religiosas oficiais olham com desconfiança para a Maçonaria. Afinal, seu caráter é, sem dúvida, bem ambíguo. Simultaneamente, religião e escola de pensamento(…)” (O negrito é meu). (Anatalino, João – Conhecendo a Arte Real : A maçonaria e suas influências históricas e filosóficas, página 22, 2007)

Assim, segundo um de seus membros, a Maçonaria tem uma religião. Essa religião é a gnose, a mesma e antiga religião condenada por Santo Irineu no século II, que a Maçonaria ocultamente ensina e propaga sob o nome de liberdade humana.


c) Dom Vital

Vital Maria Gonçalves de Oliveira, pernambucano, ingressou inicialmente no seminário de Olinda e, após alguns meses, foi para o seminário de São Suplicio na França. Nesse país se tornou capuchinho da ordem dos franciscanos e recebeu ordenação sacerdotal em 1868.

Em 1872, aos 27 anos, Dom Vital foi sagrado Bispo de Olinda na catedral de São Paulo, após aceitação do Papa Pio IX do pedido de nomeação feito por D. Pedro II.

O começo do conflito da questão religiosa ocorreu em 3 de março 1872, com um escândalo do Padre Almeida Martins, que discursou em perfeito estilo maçônico quando de uma grande festa promovida pelo Grande Oriente do Lavradio para comemorar a Lei do Ventre Livre. Posteriromente, este discurso, foi pulblicado em jornais por todo Brasil.

Na época o Bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda, chamou o Padre Almeida advertindo-o sobre a gravidade de seu ato. Pediu que o Padre se afastasse da Maçonaria e se arrependesse de seu discurso. E lembrou ao Padre que a excomunhão é a pena para todo o católico que se torna maçom. O Padre, porém, não voltou atrás e por esse ato de desobediencia foi punido com a suspesão de suas funções eclesiásticas.

Após isso a Maçonaria, em uma assembléia presidida pelo próprio presidente do governo, definiu as seguintes ações:

“1º – Iniciar uma grande campanha contra os bispos e a Igreja, através da imprensa;

2º – Convocar todos os maçons dissidentes a se unirem ;

3º – Recolher fundos para campanha.” (Olívola, Frei Felix de – Um Grande Brasileiro, página 69,1967)

Estando assim toda Maçonaria do Brasil unida pela causa, começou uma intensiva campanha contra a Igreja Católica e seus Bispos. Foram fundados inúmeros novos jornais e seguiram-se provocações, difamações, blasfêmias, calúnias e até atos violentos.

Antes da chegada de Dom Vital a Recife, os jornais maçôncios já suscitavam a desconfiança contra o novo Bispo, classificando-o como “homem perigoso”, ultramontano e frade “impregnado” do “espírito inquisitorial”.

Ocorreram inúmeras outras provocações e insultos, durante cinco meses, durante os quais Dom Vital manteve-se em silêncio. O Bispo de Olinda sabia que o mínimo protesto daria início a uma grande luta. Entretanto, um pastor publicou, num jornal maçônico do Recife chamado A Verdade, um artigo atacando o dogma da virgindade perpétua de Nossa Senhora. Diante da blasfêmia contra a Santíssima Virgem Maria, Dom Vital, não pôde mais calar-se.

Então, na festa da Apresentação de Nossa Senhora, em 21 de novembro de 1872, Dom Vital publicou um forte protesto:

“…. Chegaram ao ponto, diletíssimos Irmãos, de negar à nossa Mãe SSma. uma das prerrogativas que é o mais precioso brilhante de sua coroa de glória; negaram a sua virgindade perpétua!(…) Em face desse derramamento de doutrinas pestilentas, não podemos conservar-nos quedos e mudos. Semelhante procedimento tornar-nos-ia réu de traição à missão augusta e divina de que fomos encarregados. ” (Olívola, Frei Felix de. Um Grande Brasileiro, página 67,1967)

O jornal A Verdade ficou satisfeitíssimo por ter obrigado Dom Vital a sair do silêncio e, para desafiá-lo, publicou uma lista, primeiramente, de todos os padres e cônegos filiados à Maçonaria e, posteriormente, uma segunda lista com os nomes dos presidentes, secretários e tesoureiros de Irmandades Religiosas que pertenciam às Lojas.

Dom Vital chamou um a um, tanto os clérigos como os leigos das Irmandades. Com caridade, explicou-lhes os erros da seita, as penas lançadas pelo Papa, pedindo-lhes que abandonassem a Maçonaria e prometendo-lhes o perdão. Muitos padres se arrependeram e duas Irmandades, como a maioria de seus membros era católica, obedeceram. Porém as outras Irmandades, em que a maioria dos integrantes fazia parte da Maçonaria, responderam com insultos e zombarias.

Em consequência, Dom Vital interditou as capelas de suas Irmandades. Uma delas, embora não imediatamente, interpôs um recurso à coroa contra o Bispo, conforme o código legislativo brasileiro da época.

Dom Vital, depois de receber pedidos para que retrocedesse de sua decisão sobre a questão religiosa, escreve um primeiro documento de resistência, uma carta:

“Exmo. Sr. Conselheiro,

Sinto em extremo ir perturbar a V. Ex.ª no meio a grave questão que, atualmente, se agita no meio deste meu querido rebanho. Estou em luta com a Maçonaria. Creia, porém V. Ex.ª que da minha parte houve menos imprudência que rigoroso dever de consciência.

A Maçonaria, talvez por acinte, publica jornais com os nomes de seus iniciados, declarando-os ao mesmo tempo membros das Irmandades religiosas: há respeitáveis maçons, diz ela, que nas lojas empunham o malhete de Venerável e nas Irmandades a vara de Juiz. Para que tamanha ostentação, senão para desmoralizar a Igreja e seus delegados que a condenam?

Sabe V. Ex.ª que na qualidade de Bispo da Igreja Católica não posso de modo algum permitir semelhante mistura nas corporações e Irmandades religiosas; porquanto o elemento maçônico é condenado por aquela Igreja da qual sou o representante, posto que imeritamente, máxime quando a maçonaria faz disto tanto alarde e tira argumentos contra o Prelado Diocesano.

Em virtude das Bulas de seis Pontífices Romanos, a Maçonaria está fulminada com pena de excomunhão maior em que incorrem ipso facto todos os seus filiados; e como tais não podem estes fazer parte de qualquer irmandade ou confraria.

Em consequência, instante e caridosamente, tenho exortado os membros das Irmandades que, por infelicidade, são maçons a que abjurem ou então se retirem. Os membros recusam, as Irmandades não querem eliminá-los de seu grêmio como deveriam e eu vou lançando interdito sobre as Irmandades.

Os maçons vão apelar para os altos poderes do Estado, porque as Bulas não receberam Beneplácito régio. Porém V. Exª bem sabe que o Beneplácito não é admitido e até é muito condenado pela Igreja. Tanto mais que na questão vertente o Sumo Pontífice declara formalmente dita excomunhão atingir a Maçonaria em todo e qualquer País, ainda mesmo naqueles em que está tolerada pelos Imperantes (Pio IX em sua declaração de 1865).

De modo algum me convém ceder nesta questão, porque seria transigir com a minha consciência, seria trair os direitos da minha missão, seria finalmente desmoralizar-me completamente. Estou, por conseguinte, disposto a todos os sacrifícios, contanto que fique salvo o direito da Igreja.

Tenho inteira certeza de que V.Exª como verdadeiro católico e como ministro de uma nação, cuja religião é a católica apostólica romana, apoiará o procedimento de um Bispo católico principalmente em questão de tão subido alcance para a religião e também para o Estado, creia-me V.Exª.

Repito a V.Ex.ª e asseguro-lhe que fui arrastado pelo dever ao qual eu não poderia faltar sem graves remorsos de consciência, e sem grande descrédito do meu caráter episcopal.

Fico orando para que o Altíssimo outorgue a V.Exª luz e força, e declaro-me, como sempre.

De V.Ex.ª

amigo fiel e criado mui grato

Frei Vital, Bispo de Olinda

Recife, 10 de janeiro de 1873 (Villaça, Antônio Carlos - História da questão religiosa no Brasil, 1974, p.37-38)

Do Papa Pio IX recebeu Dom Vital uma carta de nome Quamquam Dolores sobre a Maçonaria. A mesma o orientou como proceder e, ratificando todo o procedimento do Bispo, serviu de grande incentivo para Dom Vital.

Já em uma carta do Imperador D. Pedro II deste período, pode-se constatar seu posicionamento sobre a relação entre os poderes da Igreja e do Estado:

“ As relações entre os governos onde há católicos e a Santa Sé vão-se tornado difíceis. E eu não vejo outro remédio senão na vigilância dos governos, para não se deixarem invadir em suas atribuições. O direito do “placet” foi sempre reconhecido no Brasil e é mesmo um dos princípios da Constituição (…)” (Villaça, Antônio Carlos – História da questão religiosa no Brasil, 1974, p.71)

Em relação à questão religiosa, D. Pedro II se dizia penalizado e afirmava que o procedimento dos Bispos estava sujeito ao julgamento do Supremo Tribunal de Justiça, desejando que não ficasse impune tão grave ofensa à Constituição e às leis.

Assim, o Bispo de Olinda foi julgado e condenado à prisão, onde ficou por mais de um ano e meio. Posteriormente ao julgamento de Dom Vital, também foi julgado e preso Dom Macedo Costa, Bispo no Pará, que tinha o mesmo posicionamento que o prelado pernambucano.

Ao saber da situação, por uma carta escrita por Dom Vital, que se encontrava preso, Pio IX encaminhou também uma carta à D. Pedro II, na qual lhe solicitava que libertasse os Bispos que se achavam injustamente encarcerados, afirmando que, caso o Imperador atendesse o pedido, o Papa concederia a reabertura das igrejas, desde que se afastassem os maçons dos cargos que exerciam nas irmandades.

Entretanto ocorreu a queda do Ministério Rio Branco. D. Pedro II fez um apelo ao Duque de Caxias para que assumisse o novo ministério, o que o militar aceitou, com a condição de que os Bispos presos fossem anistiados. E assim os Bispos foram libertos, libertação foi intensamente comemorada e festejada por todos os católicos do Império Brasileiro e que pôs fim à questão religiosa, oficialmente.

Após sua libertação, Dom Vital foi a Roma, encontrar-se com Pio IX, levando-lhe relatórios sobre a real situação da Igreja Católica no Brasil. No segundo aniversário de sua prisão, Dom Vital celebrou a Santa Missa no Cárcere Mamertino, em Roma, onde estiveram presos São Pedro e São Paulo, e pediu coragem para os combates futuros.

Pio IX, nessa ocasião, mandou levantar o interdito lançado pelos Bispos do Pará e de Olinda, contra as igrejas de suas dioceses. O que foi aproveitado pela Maçonaria, que se jactava de que o Papa Pio IX, levantando os interditos, estava também deixando de condenar a Maçonaria brasileira, aproveitando para difamar Dom Vital. Esse erro de entendimento foi desfeito com a nova Carta Exortae in ista do Papa Pio IX aos Bispos do Brasil sobre a Maçonaria (Kloppenburg, D. Boaventura, A Maçonaria no Brasil, página 333-336), na qual, lamentando que os Bispos tenham sidos arrastados à luta pela seita, confirmou integralmente o Breve Quamquam Dolores e reafirmando que a Maçonaria não estava excluída da condenação.

Dom Vital regressou ao Brasil triunfante e, revestido de suas vestes pontificais, cercado pela multidão, caminhou em direção à Igreja de São Pedro, em Recife, para oTe Deum.

Por fim, com a saúde debilitada, Dom Vital acaba retornando à Europa, onde vem a falecer aos 33 anos de idade no convento capuchinho de Paris, no dia 4 de julho de 1878.

Seu processo de beatificação foi reaberto e está em andamento. Suspeita-se, que a causa da morte tenha sido envenenamento, o que caracterizaria um martírio. Seus restos mortais encontram-se na Basílica de Nossa Senhora da Penha na cidade de Recife.



Bibliografia

Villaça, Antônio Carlos, História da questão religiosa no Brasil, 1974, Livraria Francisco Alves Editora S. A,Rio de Janeiro, pag. 37;38;71;146.
Vieira, David Gueiros, O protestantismo, a Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil, Editora UnB, 1980, pag. 286;288.
Olívola, Frei Felix de,Um Grande Brasileiro, Imprensa Universitária 1967, pág. 67; 69.
Kloppenburg, D. Boaventura, A Maçonaria no Brasil, Ed. Vozes, 1956 pág.300; 333-336.
Anatalino, João, Conhecendo a Arte Real – a maçonaria e suas influências históricas e filosóficas, Editora Madras 2007, página 22
Papa Gregório XVI, Encíclica Mirari Vos,1832
Anatalino, João Gnose e Maçonaria – João Anatalino – Recanto das Letras http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=3874910
Caillet, Maurice – Yo fui Masón,Ed. Librolibres,2008, p.177
Dom Vital de Oliveira – http://www.domvitaldeoliveira.org/


Fonte: http://www.montfort.org.br/dom-vital-a-questao-religiosa-no-brasil-e-a-maconaria/

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

APELO DE MÉDICA ROMENA AO PAPA E BISPOS NO SÍNODO

Anca_Cernea1Fonte: LifeSiteNews – Tradução: Dominus Est
Dra. Anca-Maria Cernea, médica do Centro de Diagnóstico e Tratamento-Victor Babes e Presidente da Associação dos Médicos Católicos de Bucareste (Romênia) fez a seguinte apresentação ao Papa Francisco e aos bispos sinodais na sexta-feira:
“Sua Santidade, Padres Sinodais, irmãos e irmãs, eu represento a Associação dos Médicos Católicos de Bucareste.
Eu pertenço à Igreja Catolica Greco-Romena.
Meu pai era um líder político cristão, e foi preso pelos comunistas por 17 anos. Meus pais estavam prestes a se casar, mas seu casamento aconteceu 17 anos depois.
Minha mãe esperou todos esses anos pelo meu pai, embora ela nem sabia se ele ainda estava vivo. Eles foram heroicamente fieis a Deus e a seu compromisso.
O exemplo deles mostra que a graça de Deus pode superar as terríveis circunstâncias sociais e pobreza material.
Nós, como médicos católicos, defendendo a vida e a família, podemos ver que isso, antes de tudo, é uma batalha espiritual.
A pobreza material e o consumismo não são a causa principal da crise da família.
A principal causa da revolução sexual e cultural é ideológica.
Nossa Senhora de Fátima disse que os erros da Rússia se espalhariam por todo o mundo.
Tudo começou sob uma forma violenta, o marxismo clássico, matando dezenas de milhões.
Agora ele está sendo feito sobretudo pelo marxismo cultural. Há uma continuidade da revolução sexual de Lenin, através de Gramsci e a Escola de Frankfurt, e atualmente com os direitos gays e a ideologia do gênero.
 O  marxismo clássico pretendia redesenhar a sociedade, através da violenta tomada da propriedade.
Agora, a revolução é mais profunda; ela pretende redefinir a família, a identidade sexual e a natureza humana.
Essa ideologia se autodenomina progressista. Mas isso não é nada mais do que a oferta da antiga serpente, para que o homem assuma o controle, substitua a Deus, para providenciar a salvação aqui, neste mundo.
É um erro de natureza religiosa, é o Gnosticismo.
É tarefa dos pastores reconhecê isso e avisar o rebanho contra este perigo.
 “Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
A missão da Igreja é salvar almas. O mal, neste mundo, provém do pecado. Não da disparidade de renda ou “mudança climática”.
A solução é: Evangelização. Conversão.
Sem um crescente controle do governo. Sem um governo mundial. Estes são hoje os principais agentes que impoem o marxismo cultural em nossas nações, sob a forma de controle populacional, saúde reprodutiva, direitos dos homossexuais, a educação de gênero, e assim por diante.
O que o mundo necessita hoje em dia não é a limitação da liberdade, mas a verdadeira liberdade, a libertação do pecado. Salvação.
Nossa Igreja foi suprimida pela ocupação soviética. Mas nenhum dos nossos 12 bispos traiu sua comunhão com o Santo Padre. Nossa Igreja sobreviveu graças à determinação e exemplo de nossos bispos em resistir às prisões e o terror.
Nossos bispos pediram à comunidade para não seguir o mundo. Não cooperar com os comunistas.
Agora precisamos de Roma para dizer ao mundo: “Arrependam-se de seus pecados e voltem-se para Deus pois o Reino dos Céus está próximo”.
Não somente nós, leigos católicos, mas também muitos cristãos ortodoxos estão ansiosamente rezando por este Sínodo. Porque, como dizem, se a Igreja Católica ceder ao espírito deste mundo, vai ser muito difícil para todos os outros cristãos a resistir a ele.”

Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com/apelo-de-medica-romena-ao-papa-e-bispos-no-sinodo/

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Os Reformadores Protestantes sobre Maria

Por Letras e Ciência

Quando os fundamentalistas estudam os escritos dos "reformadores" (ou fundadores de suas seitas particulares) sobre Maria, a Mãe de Jesus, eles encontrarão que os "reformadores" aceitavam quase que a maior parte da doutrina mariana e consideravam ser essas doutrinas tanto baseadas na Escritura quanto fundamentais para a Fé Cristã histórica.


Martinho Lutero:

Maria, a Mãe de Deus

Por toda a sua vida, Lutero manteve sem mudança a afirmação cristã histórica de que Maria era a Mãe de Deus: "Ela é corretamente chamada não somente de mãe do homem, mas também a Mãe de Deus... É certo que Maria seja a Mãe do Deus real e verdadeiro."1

Virgindade Perpétua

Novamente, por toda a sua vida, Lutero sustentava que a virgindade perpétua de Maria era um artigo de fé para todos os cristãos - e interpretava Gálatas 4,4 para significar que Cristo foi "nascido de uma mulher" sozinha.

É um artigo de fé que Maria seja Mãe do Senhor e ainda uma Virgem."2

A Imaculada Conceição

Ademais, novamente, a Imaculada Conceição foi uma doutrina que Lutero defendia até a sua morte (como confirmado pelos estudiosos luteranos como Arthur Piepkorn). Como Agostinho, Lutero viu um vínculo inquebrável entre a maternidade divina de Maria, a virgindade perpétua e a imaculada conceição. Embora a sua formulação da doutrina da Imaculada Conceição não fosse claramente nítida, ele sustentava que a alma dela fosse isenta do pecado desde o início:

"Mas a outra concepção, nomeadamente a infusão da alma, é piedosa e devidamente acreditada, foi sem qualquer pecado, de modo que, enquanto a alma estava sendo infundida, ela seria ao mesmo tempo limpada do pecado original e adornada com as dádivas de Deus para receber a santa alma desta maneira infusa. E, desta maneira, no mesmo momento em que ela começou a viver, ela estava sem todo pecado..."3

Assunção

Embora ele não tivesse feito disso um artigo de fé, Lutero disse sobre a doutrina da Assunção:

"Não pode haver dúvida de que a Virgem Maria esteja no céu. Como isso aconteceu, nós não sabemos."4

Honra a Maria

Apesar de seu criticismo incessante das doutrinas tradicionais da mediação e intercessão marianas, ao final Lutero continuou a proclamar que Maria deveria ser honrada. Ele fez disso um ponto a pregar nos dias de festa dela.

"A veneração de Maria está inscrita nas profundezas do coração humano."5

"Somente Cristo é para ser adorado?" Ou a santa Mãe de Deus não deve ser honrada? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da Serpente. Ouça-nos. Porque o teu Filho não te nega nada."6 Lutero fez esta declaração em seu último sermão em Wittenberg em janeiro de 1546.


João Calvino

Tem sido dito que João Calvino pertenceu à segunda geração dos reformadores e certamente a sua teologia da dupla predestinação governou as suas visões sobre a doutrina mariana e toda a cristã. Embora Calvino não fosse profuso em seu louvor a Maria como Martinho Lutero, ele não negou a sua virgindade perpétua. O termo que ele usava mais comumente para se referir a Maria era "Virgem Sagrada".

"Isabel chamou Maria de Mãe do Senhor, porque a unidade da pessoa de Cristo em duas naturezas foi tal que ela poderia ter dito que o homem mortal produzido no ventre de Maria era ao mesmo tempo o Deus eterno."7

"Helvídio mostrou-se muito ignorante ao dizer que Maria teve diversos filhos, porque a menção é feita em algumas passagens dos irmãos de Cristo."8 Calvino traduziu "irmãos" neste contexto para significar primos ou parentes.

"Não pode ser negado que Deus ao escolher e destinar Maria para ser a Mãe de seu Filho lhe garantiu a mais alta honra."9

"Até este dia nós não podemos apreciar a bênção trazida a nós em Cristo sem pensar ao mesmo tempo naquilo que Deus deu como adorno e honra a Maria, em querê-la para ser a mãe de seu Filho unigênito."10


Ulrich Zwingli

"Foi-lhe dado o que não pertence à criatura, que na carne ela deveria gerar o Filho de Deus."11

"Eu firmemente acredito em Maria, de acordo com as palavras do evangelho, como uma Virgem pura que gerou para nós o Filho de Deus, e no parto e depois do parto para sempre permaneceu uma Virgem pura, intacta."12 Zwingli usou Êxodo 4,22 para defender a doutrina da virgindade perpétua de Maria.

"Eu estimo imensamente a Mãe de Deus, a sempre casta, imaculada Virgem Maria."13

"Cristo... nasceu da mais incontaminada Virgem."14

"Era justo que tal Filho santo tivesse uma Mãe santa."15

"Quanto mais a honra e o amor de Cristo cresce entre os homens, mais a estima e a honra dadas a Maria devem crescer."16


Poderíamos querer saber por que as afirmações marianas dos reformadores não sobreviveram no ensinamento de seus herdeiros - especialmente os fundamentalistas. Esta quebra com o passado não veio por nenhuma descoberta ou revelação nova. Os próprios reformadores (veja acima) tomaram uma posição benigna, justamente positiva, da doutrina mariana - embora eles rejeitassem a mediação mariana por causa de sua rejeição a toda mediação humana. Além do mais, enquanto havia alguns excessos na piedade mariana popular, a doutrina mariana como ensinada na época pré-reformista extraiu a sua inspiração do testemunho da Escritura e foi enraizada na Cristologia. A real razão para a quebra com o passado deve ser atribuída à paixão iconoclasta dos seguidores da Reforma e as consequências de alguns princípios de reforma. Ainda mais influente sobre a quebra com Maria foi a influência da Era do Iluminismo, a qual essencialmente questionou ou negou os mistérios de fé.

Infelizmente, os ensinamentos e as pregações marianas dos reformadores têm sido "acobertados" pelos seus mais zelosos seguidores - com consequências teológicas e práticas prejudiciais. Esta "cobertura" pode ser detectada mesmo na Chosen by God: Mary in Evangelical Perspective(Escolhida por Deus: Maria na Perspectiva Evangélica), uma crítica evangélica à Mariologia. Um dos contribuidores admite que "O mais notável para os protestantes modernos é a quase aceitação universal dos reformadores da virgindade contínua de Maria, e a sua relutância generalizada em declarar Maria uma pecadora". Então ele pergunta se é "uma providência favorável" que manteve esses ensinamentos marianos dos reformadores de serem "transmitidos às igrejas protestantes"!17 

O que é interpretado como "Providência" por um crítico mariano pode ser legitimamente interpretado como uma força de um tipo muito diferente por um cristão que reconheceu o papel de Maria no plano de Deus.



NOTAS

1 Martin Luther, Weimar edition of Martin Luther's Works, English translation edited by J. Pelikan [Concordia: St. Louis], volume 24, 107.

2 Martin Luther, op. cit., Volume 11, 319-320.

3 Martin Luther, Weimar edition of Martin Luther's Works, English translation edited by J. Pelikan [Concordia: St.Louis], Volume 4, 694.

4 [Martin Luther, Weimar edition of Martin Luther's Works (Translation by William J. Cole) 10, p. 268.

5 [Martin Luther, Weimar edition of Martin Luther's Works(Translation by William J. Cole) 10, III, p.313.

6 Martin Luther, Weimar edition of Martin Luther's Works, English translation edited by J. Pelikan [Concordia: St. Louis], Volume 51, 128-129.

7 John Calvin, Calvini Opera [Braunshweig-Berlin, 1863-1900], Volume 45, 35.

8 Bernard Leeming, "Protestants and Our Lady", Marian Library Studies, January 1967, p.9.

9 John Calvin, Calvini Opera [Braunshweig-Berlin, 1863-1900], Volume 45, 348.

10 John Calvin, A Harmony of Matthew, Mark and Luke (St. Andrew's Press, Edinburgh, 1972), p.32.

11 Ulrich Zwingli, In Evang. Luc., Opera Completa [Zurich, 1828-42], Volume 6, I, 639

12 Ulrich Zwingli, Zwingli Opera, Corpus Reformatorum, Volume 1, 424.

13 E. Stakemeier, De Mariologia et Oecumenismo, K. Balic, ed., (Rome, 1962), 456.

14 Ibid.

15 Ibid.

16 Ulrich Zwingli, Zwingli Opera, Corpus Reformatorum, Volume 1, 427-428.

17 David F. Wright, ed., Chosen by God: Mary in Evangelical Perspective (London: Marshall Pickering, 1989), 180.


Tradução de Marcos Zamith


Fonte: http://www.catholicapologetics.info/apologetics/general/mary.htm

segunda-feira, 24 de março de 2014

Maria não salva ninguém. Eu sei, e daí?

Na Internet, vejo uma figura do Padre Fábio de Melo em artigo evangélico, dando ênfase à afirmação do sacerdote: “Maria não salva ninguém, quem salva é Jesus Cristo”. Mas não há aí novidade alguma. É exatamente nisso que acreditamos como católicos e ponto. A doutrina católica jamais afirmou o contrário, ainda que coloque Nossa Senhora como corredentora, tendo ela parte fundamental na história da redenção como progenitora de Jesus.

Isso, de modo algum a coloca como salvadora da humanidade. Inferir que a consideramos assim é caricaturar nossa doutrina. Mas por que corredentora?

Seu "sim" foi imprescindível para que a salvação em Cristo ocorresse. Não é necessário ser versado na Bíblia para reconhecer em Maria a mulher a esmagar a cabeça da serpente no livro de Gênesis. Contraposição da desobediência de Eva, Maria acolheu seu chamado com alegria, mesmo que uma gravidez naquelas circunstâncias lhe pudesse custar a morte. Pela desobediência, Eva nos apartou da amizade com Deus. Pela obediência, Maria nos trouxe a reconciliação. Com razão, os antigos padres da Igreja a consideravam a nova Eva.

"Como por uma virgem desobediente foi o homem ferido, caiu e morreu, assim também por meio de uma virgem obediente à palavra de Deus, o homem recobrou a vida. Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem." (Santo Irineu de Lion, Adversus Haeresis)

"Entendemos que se fez homem por meio da Virgem, a fim de que o caminho que deu origem à desobediência instigada pela serpente fosse também o caminho que destruísse a desobediência. Eva era virgem e incorrupta; concebendo a palavra da serpente, gerou a desobediência e a morte. A Virgem Maria, porém, concebeu fé e alegria quando o anjo Gabriel lhe anunciou a boa nova de que o Espírito do Senhor viria sobre ela; a força do Altíssimo a cobriria com sua sombra, de modo que o Santo que dela nasceria seria o Filho de Deus. Então respondeu ela: 'Faça-se em mim segundo a tua palavra'. Da Virgem, portanto, nasceu Jesus, de quem falam as Escrituras"
 
 (Justino, Mártir - Diálogo com Trifão)

A Igreja Católica reserva para Maria um lugar de grande honra e a proclama mãe da Igreja, pois essa é Corpo Místico de Cristo, seu filho. Membros do próprio Cristo, partilhamos também essa maternidade. No entanto, afirmamos sem sombra de dúvida, que Maria é parte da criação. Ela não é Deus e, portanto, não é adorada entre nós.

Dispensamos aos santos uma veneração respeitosa que, em última instância é uma gloria dada ao próprio Cristo, uma vez que os santos renunciavam a si mesmos para viver em sua própria vida o Cristo vivo, como já afirmava São Paulo em Gálatas 2, 20a. Não significa uma adoração. Mas o reconhecimento dessa realidade cristológica presente na vida dos homens e mulheres que viveram a fé de maneira heróica. Veneramos respeitosamente os santos e adoramos o Cristo que neles habita. São eles ícones que apontam o Senhor, tal como os querubins sobre a Arca da Aliança indicavam o Deus que habitava entre eles.

Com relação a Maria, separamos uma veneração respeitosa ainda superior - chamamos de hiperdoulia - pois através de Nossa Senhora, a salvação veio ao mundo, Deus fez-se carne e habitou entre nós. É dela o sangue salvífico escorrido das veias do Cristo que, em suas naturezas - a divina e a humana - é um só e indivisível Deus. Cremos na pureza de Maria. Acreditamos que ela foi antecipadamente beneficiada pelos méritos da cruz de Cristo e por isso preservada do pecado original sendo, por isso, pura para receber Deus em seu ventre e colocá-lo na geração dos homens. Emprestou de si mesma a carne que compõe a natureza humana de Jesus. Mas ela mesma, uma criatura, tal como Eva, tal como Adão. Tal como nós.

"...corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem." (Santo Hipólito de Roma, Fragmentos 7)

“Assim, também, eles pregavam o advento de Deus em carne e osso para o mundo, seu advento pela impecável e mãe de Deus Maria no caminho do nascimento e crescimento, e a forma de sua vida e conversa com os homens, e sua manifestação por meio do batismo, e o novo nascimento, que era para ser para todos os homens, e a regeneração pela pia batismal” (Santo Hipólito de Roma, Discurso sobre o fim do mundo)

Se hoje recorremos a ela e aos santos, como intercessores junto a Deus – assim como evangélicos recorrem aos seus pastores e oram uns pelos outros - é porque cremos que ela e os santos estão diante do trono do Altíssimo, servindo dia e noite (Ap. 7, 15); 

Em que consiste esse serviço? Basicamente no amor. Esse que nunca perece, mas ficará após o fim de toda profecia, línguas e conhecimento. É nisso que consiste o serviço dos justos diante do altar. Amar a Deus e ao próximo. As duas dimensões indissociáveis do amor. Amar consiste em agir, portanto não é mero sentimento que pode manter-se inerte. Não há como amar sem que isso se traduza em um ato concreto, um mover-se na direção do objeto a que o amor se destina. Colocar-se a serviço.

Diante do altar de Deus, onde esse serviço ocorre, estão as taças com as nossas orações e elas são apresentadas a Deus. Eis o ato concreto de amor praticado pelos justos diante de Deus, enquanto estamos aqui na terra travando o bom combate.

É verdade, somos constantemente objetados de que deveríamos nos reportar diretamente a Deus, sem outro intermediário que não o Senhor Jesus Cristo, mas isso se tornaria uma objeção também para os protestantes que se reportam ao pastor, ou a um amigo. Se posso me reportar diretamente a Deus por Cristo, qual o sentido da oração pelo irmão? Por que devemos orar uns pelos outros, como aconselha São Tiago? A resposta é óbvia:

Somos um só corpo, temos que viver em comunidade e a cooperação na oração tem o propósito de evidenciar essa realidade. Mas, se o batismo nos une com os irmãos da nossa geração, nos une também com os irmãos de gerações passadas. O mesmo sinal – o batismo - que me une a Cristo, também uniu São Pedro, São Paulo e todos os cristãos ao longo da história. E, se não há morte senão a corporal, ainda estamos todos unidos pelos mesmos sinais e pelos mesmos propósitos. Somos uma mesma comunidade, perene como é perene o Corpo de Cristo, que venceu a morte. E é em Cristo que todo esse processo é mediado.

Nosso agir na Igreja, seja orando, seja confraternizando, seja ajudando é sempre cristológico. A motivação da fé e do ato do cristão é o Cristo propriamente dito. DEle nascem nossos anseios, nEle se concretizam e para Ele se destinam. A oração cristã passa pela mediação de Jesus, porque feita dentro da cosmologia nascida da Cruz. Assim, quando peço para um santo diante do trono de Deus – ou mesmo para um padre ou um bom cristão aqui na terra – que ore por mim, é ao próprio Cristo que peço. O Cristo do qual nos fazemos membros quando renunciamos a nós mesmos e deixamos que Cristo viva em nós. É a humanidade redimida se relacionando com Deus através do Cristo que nos abriu essa possibilidade. Sem Cristo, não haveria Igreja, não haveria salvação, não haveria santo ou amigo a quem eu pudesse recorrer como auxílio junto a Deus.

Jesus não é mero carteiro que envia mensagens ao Criador. A mediação tem a ver com ser Igreja e Igreja ser Cristo e todos nós sermos UM com Ele. Refere-se ainda antes disso, ao fato de que Ele é Deus e homem. O meio caminho entre o Criador do Universo e a Humanidade, antes separados e agora unidos. Jesus é homem que ama a Deus e Deus que ama o homem, tudo isso em uma só pessoa. Dessa realidade é que nasce a fé e a Igreja. E toda a ação dessa Igreja, das orações, da liturgia aos sacramentos, tudo é “com Cristo, por Cristo e em Cristo”. Nada, absolutamente, é feito fora dessa realidade, nem a intercessão dos santos.

Diante disso, resta a objeção do "sono" em que aparentemente jazem os mortos, defendido pelos protestantes desde os tempos de Lutero. Nós, católicos, não acreditamos nesse sono. Recorrerei a um texto de minha própria autoria feito há alguns anos para uma rede social:

Existem duas palavras para “sono” no Novo Testamento. A primeira é “katheudo”. É usada para sono natural, vinculada à perda de consciência. É usada 22 vezes, todas com esse sentido, à exceção de uma, a ressurreição da filha de Jairo. Jesus usa esse termo para mostrar que a morte dela duraria apenas o tempo de um sono.

A outra palavra é “koimaomai”, usada 18 vezes. Três delas se referem ao sono normal, como em Mateus 28, 13 e Lucas 22, 45. Em outras quinze vezes, ela é usada para ilustrar a morte corporal. O significado concreto da palavra “koimao” deriva do verbo “keimai” – deitar. Trata-se do aspecto do corpo após a morte. A palavra que é utilizada serve, na língua grega, como antônimo para o termo “anastásis” - ana (elevação); histemi (ficar ereto).

O que “deita” e depois “levanta” é o corpo e não a alma. Não foi a alma de Cristo que ressuscitou, mas seu corpo revestido de glória. Assim, o termo traduzido por sono atribuído à morte não passa de uma metáfora, nada mais que isso. Sendo assim, não há nenhuma passagem na Bíblia que sugira, de fato, que a alma permanece adormecida durante a morte. O termo usado não se refere à consciência, nem sequer à localização da alma dos que faleceram.

Já o caso contrário é plenamente verificável:

São Paulo, em 2Cor 5, trata dessa questão e afirma que ainda que percamos nossa “tenda terrestre” (o corpo – 2Cor 5, 1; 8), nossa alma (onde se encontra a consciência e a personalidade) parte para estar com o Senhor (2Cor 5, 8). Para que eu não seja acusado de usar essa passagem fora do contexto, é necessário compreender que São Paulo delimita duas mansões: a mansão como morada no Céu (v. 6) e a mansão do nosso corpo (v. 8).

Assim, se nós honramos Maria, não a adoramos. A reverenciamos como Mãe de Jesus Cristo. Mãe de Deus (Theotokos), pois Cristo é indivisível. Suas duas naturezas não são autônomas, mas partes de um todo.
A chamamos Rainha, pois é mãe de um Rei.

A chamamos nossa Mãe, porque somos membros de Cristo, seu filho. Porque não mais vivemos, mas Cristo vive em nós. Porque, se ela é Mãe da Cabeça, há de ser mãe do Corpo também.

A chamamos “senhora”, porque damos o respeito devido a ela como nossa mãe. Assim, se ela é mãe, é também senhora.

A chamamos corredentora porque parte indissociável do plano de salvação de Deus para conosco.

A chamamos Medianeira porque Jesus – o mediador – nos alcançou por intermédio do sim de Maria. (vide a diferença entre medianeira e mediadora).

E absolutamente todos esses títulos e  outros atribuídos a Nossa Senhora tem Jesus Cristo como vetor. Não fere, antes enaltece a soberania de Deus sobre nós. Tem como objetivo cumprir a honra devida à Nossa Senhora por todas as gerações.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Lista de clérigos-cientistas católicos




Deus como Arquiteto", do frontispício da França Codex Vindobonensis 2554, ca. 1250.
Muitos clérigos da Igreja Católica ao longo da história fizeram contribuições significativas para a ciência. Dentre esses clérigos-cientistas estão nomes ilustres tais como Nicolau Copérnico, Gregor Mendel, Alberto Magno, Roger Bacon, Pierre Gassendi, Roger Joseph Boscovich, Marin Mersenne, Francesco Maria Grimaldi, Nicole Oresme, Jean Buridan, Robert Grosseteste, Christopher Clavius, Nicolas Steno, Athanasius Kircher, Giovanni Battista Riccioli, William de Ockham, e muitos outros. Centenas de outros nomes têm feito contribuições importantes para a ciência desde a Idade Média até os dias atuais.
Na verdade, pode-se perguntar por que a ciência se desenvolveu em um ambiente majoritariamente católico. Esta questão é considerada pelo padre Stanley Jaki em seu livro The Savior of Science. Jaki mostra que a tradição cristã identifica Deus como racional e ordenado. Ele identifica os escolásticos da Alta Idade Média pela sua despersonalização da natureza.
Os jesuítas em particular têm feito inúmeras contribuições significativas para o desenvolvimento da ciência. Por exemplo, os jesuítas dedicaram estudo significativo sobre terremotos, tanto que a sismologia veio a ser conhecida como "a ciência dos jesuítas" [1]. Isto, porém, é apenas uma das muitas contribuições significativas. Os jesuítas têm sido descritos como "o contribuinte unitário mais importante para a física experimental do século XVII." [2] De acordo com Jonathan Wright em seu livro God's Soldiers, no século XVIII os jesuítas
contribuíram para o desenvolvimento de relógios de pêndulo, dos pantógrafos, barômetros, telescópios e microscópios a campos científicos tão variados quanto o magnetismo, ótica e eletricidade. Eles observaram, em alguns casos antes de qualquer outra pessoa, as faixas coloridas na superfície de Júpiter, a nebulosa de Andrômeda e os anéis de Saturno. Eles teorizaram sobre a circulação do sangue (independentemente de Harvey), a possibilidade teórica de vôo, o modo como a Lua afeta as marés, bem como a natureza ondulatória da luz. Mapas estelares do hemisfério sul, lógica simbólica, medidas de controle das enchentes dos rios Po e Adige, a introdução dos sinais de adição e subtração na matemática italiana – tudo isso são feitos típicos dos jesuítas, e cientistas tão influentes como Fermat, Huygens, Leibniz e Newton não estão sós em contar os jesuítas entre os seus correspondentes mais valorizados. [3]
As contribuições dos clérigos da Igreja Católica para o estudo da astronomia também são notáveis. JL Heilbron, em seu livro The Sun in the Church: Cathedrals as Solar Observatories escreve que "A Igreja Católica Romana deu mais ajuda financeira e apoio ao estudo da astronomia ao longo de seis séculos, desde a recuperação da aprendizagem antiga, durante o final da Idade Média até o Iluminismo, do que qualquer outra e, provavelmente, todas as outras instituições. " [4] O fato de trinta e cinco crateras da lua terem sido nomeadas por cientistas e matemáticos jesuítas [5] mostra o compromisso da Igreja com a astronomia.

Os cientistas clérigos

  • José de Acosta (1539-1600) - missionário jesuíta e naturalista que escreveu uma das primeiras descrições detalhadas e realistas do Novo Mundo
  • François d'Aguilon (1567-1617) - matemático jesuíta belga, físico e arquiteto.
  • Alberto da Saxônia (filósofo) (c. 1320-1390) - bispo alemão conhecido por suas contribuições à lógica e à física, com Buridan ele ajudou a desenvolver a teoria que foi um precursor da moderna teoria da inércia
  • Alberto Magno (c. 1206-1280) - "Um dos precursores mais famosos da ciência moderna na Alta Idade Média,". [6] padroeiro das ciências naturais. Trabalhos em física, lógica, metafísica, biologia e psicologia.
  • José María Algue (1856-1930) - meteorologista que inventou um barômetro para detecção de tempestades
  • José Antonio de Alzate y Ramírez (1737-1799) - cientista, cartógrafo, historiador, meteorologista, escreveu mais de trinta tratados sobre uma variedade de assuntos científicos
  • Francesco degli Castracane Antelminelli (1817-1899) - botânico que foi um dos primeiros a introduzir microfotografias para o estudo da biologia
  • Giovanni Antonelli (1818-1872) - Diretor do Observatório Ximenian de Florença, colaborou na concepção de um protótipo de motor de combustão interna
  • Nicolò Arrighetti (1709-1767) - Escreveu tratados sobre a luz, calor e eletricidade.
  • Giuseppe Asclepi (1706-1776) - astrônomo e médico, diretor do Observatório do Collegio Romano; A cratera lunar Asclepi foi nomeada em sua homenagem.
  • Roger Bacon (c. 1214-1294) - contribuições significativas para a matemática e ótica; precursor do moderno método científico.
  • Bernardino Baldi (1533-1617) - matemático e escritor
  • Eugenio Barsanti (1821-1864) - possível inventor do motor de combustão interna
  • Bartholomeus Amicus (1562-1649) - Escreveu sobre filosofia, matemática, astronomia e o conceito de vácuo e sua relação com Deus.
  • Daniello Bartoli (1608-1685) - Bartoli e companheiro o astrônomo jesuíta Niccolò Zucchi são creditados como tendo provavelmente sido os primeiros a ver o cinto equatorial do planeta Júpiter
  • Joseph Bayma (1816-1892) - conhecido por seu trabalho na estereoquímica e matemática
  • Giacopo Belgrado (1704-1789) - Trabalhos experimentais em física, professor de matemática e física
  • Mario Bettinus (1582-1657) - filósofo jesuíta, matemático e astrônomo; a cratera lunar Bettinus leva seu nome
  • Giuseppe Biancani (1566-1624) - astrônomo jesuíta, matemático e selenógrafo; responsável pela nomeação da cratera lunar Blancanus
  • Jacques de Billy (1602-1679) - produziu uma série de resultados em teoria dos números os quais foram nomeados em sua homenagem, publicou diversas tabelas astronômicas; responsável pela nomeação da cratera nular Billy.
  • Paolo Boccone (1633-1704) - botânico de Cister, que contribuiu para os campos da medicina e toxicologia
  • Bernard Bolzano (1781-1848) - Matemático e logicista; outros interesses incluíram o estudo de metafísica, idéias, sensações e a verdade.
  • Anselmus de Boodt (1550-1632) - Um dos fundadores da mineralogia
  • Teodorico Borgognoni (1205-1298) - Cirurgião Medieval que fez contribuições importantes para a prática de anti-sépticos e anestésicos
  • Christopher Borrus (1583-1632) - Matemático e astrônomo, que fez observações sobre a variação magnética da bússola
  • Joseph Roger Boscovich (1711-1787) - Muitas vezes creditado como o pai da teoria atômica moderna, "Uma das grandes figuras intelectuais de todas as idades"; polímata, "o maior gênio que a Jugoslávia já produziu", escreveu muitos importantes tratados científicos; "desenvolveu o primeiro método geométrico para calcular a órbita de um planeta com base em três observações de sua posição." [7]
  • Joachim Bouvet (1656-1730) - Jesuítas sinólogo e cartógrafo que desenvolveu o seu trabalho na China
  • Michal Boym (c. 1612-1659) - Um dos primeiros ocidentais a viajar dentro do continente chinês e autor de numerosas obras sobre a fauna asiática, flora e geografia.
  • Thomas Bradwardine (c. 1290-1349) - matemático que contribuiu para o teorema de velocidade média, um dos Calculistas de Oxford
  • Henri Breuil (1877-1961) - arqueólogo, etnólogo, antropólogo e geólogo.
  • Jan Brozek (1585-1652) - polímata polonês, matemático, astrônomo e médico, o mais proeminente matemático polonês do século 17
  • Louis-Ovide Brunet (1826-1876) - Um dos fundadores da botânica canadense
  • Francesco di Faà Bruno (c. 1825-1888) - matemático beatificado pelo Papa João Paulo II
  • Giordano Bruno (1548-1600) - filósofo dominicano, matemático e astrônomo que acreditava que o universo é infinito; foi queimado na fogueira por causa de pontos de vista heréticos.
  • Ismaël Bullialdus (1605-1694) - astrônomo e membro da Royal Society, a cratera Bullialdus é nomeada em sua honra
  • Jean Buridan (c. 1300 - depois de 1358) - idéias iniciais de impulso e movimento inercial, plantou as sementes da revolução copernicana na Europa
  • Niccolò Cabeo (1586-1650) - matemático jesuíta, a cratera Cabeus é nomeada em sua honra
  • Nicholas Callan (1799-1846) - Mais conhecido por seu trabalho sobre a bobina de indução
  • Jean Baptiste Carnoy (1836-1899) - fundador da ciência da citologia
  • Giovanni di Casali (morto em c. 1375) - apresentou uma análise gráfica do movimento dos corpos acelerados
  • Paolo Casati (1617-1707) - matemático jesuíta que escreveu sobre astronomia e aspiradores; A cratera lunar Casatus é nomeado em sua honra.
  • Laurent Cassegrain (1629-1693) – Provável nomeador do telescópio Cassegrain, A cratera Cassegrain é nomeado em sua honra
  • Benedetto Castelli (1578-1643) - matemático beneditino; amigo e apoiador de Galileu Galilei, que foi seu professor; escreveu um importante trabalho sobre fluidos em movimento
  • Bonaventura Cavalieri (1598-1647) - Ele é conhecido por seu trabalho sobre os problemas da óptica e do movimento, o trabalho sobre os precursores do cálculo infinitesimal, e a introdução dos logaritmos na Itália. O Princípio de Cavalieri na geometria parcialmente antecipou o cálculo integral, a cratera lunar Cavalerius é nomeada em sua honra
  • Antonio José Cavanilles (1745-1804) - espanhol, botânico taxonômista líder do século 18
  • Francesco Cetti - (1726-1778) - zoólogo jesuíta e matemático
  • Tommaso Ceva (1648-1737) - matemático jesuíta e professor que escreveu tratados sobre a geometria, a gravidade, e aritmética
  • Christopher Clavius (1538-1612) - Respeitado jesuíta astrônomo e matemático que liderou a comissão que produziu o calendário gregoriano, escreveu livros astronômicos influentes.
  • Guy Consolmagno (1952 -) - jesuíta astrônomo e cientista planetário
  • Nicolau Copérnico (1473-1543) - astrônomo renascentista famoso por sua cosmologia heliocêntrica que colocou em movimento a revolução copernicana
  • Vincenzo Coronelli (1650-1718) - cosmógrafo franciscano, cartógrafo, enciclopedista e criador de globos
  • George Coyne (1933 -) - astrônomo jesuíta e ex-diretor do Observatório do Vaticano
  • James Cullen (matemático) (1867-1933) - matemático jesuíta que publicou o que agora são conhecidos como Números de Cullen na teoria dos números
  • James Curley (astrônomo) (1796-1889) - primeiro diretor do Observatório de Georgetown, determinou a latitude e a longitude de Washington DC
  • Albert Curtz (1600-1671) - astrônomo jesuíta que expandiu os trabalhos de Tycho Brahe e contribuiu para o entendimento inicial da lua; A cratera lunar Curtius é nomeada em sua homenagem.
  • Johann Baptist Cysat (1587-1657) - matemático e astrônomo jesuíta, a cratera lunar Cysatus é nomeada em sua homenagem; publicou o primeiro livro impresso europeu sobre o Japão, um dos primeiros a fazer uso do telescópio recém-desenvolvido; A obra mais importante foi em cometas
  • Ignazio Danti (1536-1586) - matemático dominicano, astrônomo, cosmógrafo e cartógrafo
  • Armand David (1826-1900) - zoólogo e botânico que fez um trabalho importante em ambas as áreas na China
  • Charles-Michel de l'Épée (1712-1789) - Conhecido como o "pai dos surdos" estabeleceu a primeira escola livre para os surdos no mundo
  • Francesco Denza (1834-1894) - Meteorologista, astrônomo e diretor do Observatório Vaticano
  • Václav Prokop Divis (1698-1765) - Estudou o pára-raios independente de Franklin; construiu o primeiro instrumento musical eletrificado na história
  • Johann Dzierzon (1811-1906) - pioneiro apicultor que descobriu o fenômeno da partenogênese entre abelhas, e projetou a primeira colméia de quadro móvel; tem sido descrito como o "pai da apicultura moderna"
  • Honoré Fabri (1607-1688) - matemático e físico jesuíta
  • Jean-Charles de la Faille (1597-1652) - matemático jesuíta que determinou o centro de gravidade do setor de um círculo, pela primeira vez
  • Gabriele Falloppio (1523-1562) - Um dos mais importantes anatomistas e médicos do século XVI. As trompas de Falópio, que se estendem desde o útero até os ovários, são nomeadas em sua homenagem.
  • Gyula Fényi (1845-1927) - astrônomo jesuíta e diretor do Observatório Haynald, conhecido por suas observações do sol; A cratera lunar Fényi é nomeada em sua homenagem
  • Louis Feuillée (1660-1732) - Explorador, astrônomo, geógrafo e botânico
  • Plácido Fixlmillner (1721-1791) - padre beneditino e o primeiro astrônomo a calcular a órbita de Urano
  • Paolo Frisi (1728-1784) - matemático e astrônomo que fez um trabalho importante na hidráulica
  • José Gabriel Funes (1963 -) - astrônomo jesuíta e atual diretor do Observatório do Vaticano
  • Joseph Galien (1699 - c. 1762) - professor dominicano que escreveu sobre aeronáutica, chuvas de granizo e aeronaves
  • Jean Gallois (1632-1707) - estudioso francês e membro da Académie des Sciences
  • Pierre Gassendi (1592-1655) - astrônomo e matemático francês que publicou os primeiros dados sobre o trânsito de Mercúrio; mais conhecido pelo projeto intelectual que tentou conciliar o atomismo epicurista com o Cristianismo
  • Agostino Gemelli (1878-1959) - médico e psicólogo franciscano; fundador da Universidade Católica do Sagrado Coração, em Milão
  • Johannes von Gmunden (c. 1380-1442) - matemático e astrônomo que compilou tabelas astronômicas; O asteróide 15955 Johannesgmunden é nomeado em sua honra
  • Carlos de Sigüenza y Góngora (1645-1700) - Polímata, matemático, astrônomo e cartógrafo, desenhou o primeiro mapa de toda a Nova Espanha
  • Andrew Gordon (beneditinos) (1712-1751) - monge beneditino, físico e inventor que fez o primeiro motor elétrico
  • Christoph Grienberger (1561-1636) - astrônomo jesuíta; a cratera lunar Gruemberger é nomeada em sua homenagem; verificou a descoberta de Galileu das luas de Júpiter.
  • Francesco Maria Grimaldi (1618-1663) - Descobriu a difração da luz, e na verdade inventou o termo "difração"; investigou a queda livre de objetos; construiu e utilizou instrumentos para medir as características geológicas da Lua
  • Robert Grosseteste (C. 1175-1253) - Um dos homens mais instruídos da Idade Média, tem sido chamado de "o primeiro homem a escrever um conjunto completo de etapas para a realização de um experimento científico." [8]
  • Paulo Guldin (1577-1643) - jesuíta matemático e astrônomo que descobriu o teorema Guldinus para determinar a superfície e o volume de um sólido de revolução
  • Bartolomeu de Gusmão (1685–1724) – Conhecido por seu trabalho pioneiro no projeto de dirigíveis mais leves que o ar
  • Johann Georg Hagen (1847–1930) – Diretor do observatório Georgetown e do Observatório Vaticano; A cratera lunar Hagen é nomeada em sua homenagem.
  • Nicholas Halma (1755–1828) – French mathematician and translator
  • Jean-Baptiste du Hamel (1624–1706) – Filósofo naturalista francês e secretário da Académie Royale des Sciences
  • René Just Haüy (1743–1822) – Pai de [cristalografia]
  • Maximilian Hell (1720–1792) – Jesuíta astrônomo e diretor do Observatório de Viena, a cratera lunar Inferno cratera é nomeada em sua homenagem.
  • Michał Heller (1936– ) – Ganhador do Prêmio Templeton e escritor prolífico sobre numerosos temas científicos
  • Lorenz Hengler (1806–1858) – Muitas vezes creditado como o inventor do pêndulo horizontal
  • Hermann of Reichenau (1013–1054) – Teórico da música, historiador, astrônomo e matemático
  • Pierre Marie Heude (1836–1902) – Missionário jesuíta e zoólogo que estudou a história natural da Ásia Oriental
  • Franz von Paula Hladnik (1773–1844) – Botânico que descobriu diversas novas espécies de plantas; certos gêneros foram nomeados em sua homenagem
  • Giovanni Battista Hodierna (1597–1660) – O astrônomo que catalogou objetos nebulosos e desenvolveu um microscópio primitivo
  • Victor-Alphonse Huard (1853–1929) – Naturalista, escritor, educador e promotor das ciências naturais
  • Maximus von Imhof (1758–1817) – Físico agostiniano alemão e diretor da Academia de Ciências de Munique
  • Giovanni Inghirami (1779–1851) – Astrônomo italiano; há um vale na Lua com o seu nome, bem como uma cratera
  • François Jacquier (1711–1788) – Matemático e físico franciscano; na sua morte, ele estava conectado com quase todas as grandes sociedades científicas e literárias da Europa
  • Stanley Jaki (1924–2009) – Sacerdote beneditino e escritor prolífico, que escreveu sobre a relação entre ciência eteologia
  • Ányos Jedlik (1800–1895) – Engenheiro beneditino, físico e inventor, considerado pelos húngaros e eslovacos como o pai desconhecido do dínamo e motor elétrico*
Georg Joseph Kamel (1661–1706) – Missionário jesuíta e botânico que estabeleceu a primeira farmácia nas Filipinas
  • Otto Kippes (1905–1994) – Reconhecido por seu trabalho no cálculo da órbita de asteróides, o cinturão de asteróides Kippes 1780 foi nomeado em sua homenagem
  • Athanasius Kircher (1602–1680) – O pai da egiptologia; "Mestre de uma centena de artes", escreveu uma enciclopédia da China; uma das primeiras pessoas a observar os micróbios através de um microscópio
  • Wenceslas Pantaleon Kirwitzer (1588–1626) – Astrônomo jesuíta e missionário, que publicou observações de cometas
  • Jan Krzysztof Kluk (1739–1796) – Naturalista engenheiro agrônomo e entomologista que escreveu em polonês uma obra de vários volumes sobre a vida animal
  • Sebastian Kneipp (1821–1897) – Um dos fundadores do movimento da medicina naturopática
  • Marian Wolfgang Koller (1792–1866) – Professor que escreveu sobre astronomia, física e meteorologia
  • Franz Xaver Kugler (1862–1929) – Químico jesuíta , matemático que é mais conhecido pelos seus estudos de tabuletas cuneiformes e astronomia babilônica
  • Eugene Lafont (1837–1908) Jesuíta, físico, astrônomo e fundador da primeira Sociedade Científica na Índia
  • Antoine de Laloubère (1600–1664) – O primeiro matemático para estudar as propriedades da hélice
  • Bernard Lamy (1640–1715) – Filósofo e matemático que escreveu sobre a correlação de forças
  • Pierre André Latreille (1762–1833) Entomologista cujos trabalhos descrevendo insetos atribuíram muitos dos taxa de insetos ainda em uso hoje
  • Georges Lemaître (1894–1966) – Pai da Teoria do Big Bang
  • Thomas Linacre (c. 1460–1524) – Tradutor humanista e médico
  • Francis Line (1595–1675) – Produtor do relógio magnético e relógio de sol; não concordou com algumas das descobertas de Newton e Boyle
  • Juan Caramuel y Lobkowitz (1606–1682) – Prolífico escritor em uma variedade de assuntos científicos; um escritor dos primeiros escritores sobre sobreprobabilidade
  • Jean Mabillon (1632–1707) - Monge beneditino e erudito, considerado o fundador da paleografia e diplomática
  • James B. Macelwane (1883–1956) – "O mais conhecido sismólogo jesuítas"e "um dos praticantes mais honrados da ciênciade de todos os tempos", escreveu o primeiro livro em sismologia da América.
  • Paul McNally (1890–1955) – Jesuíta astrônomo e diretor do Observatório de Georgetown; A cratera lunar McNally leva seu nome.
  • Pierre Macq (1930– ) – Físico que foi galardoado com o Prémio de Ciências Exatas Francqui por seu trabalho em física nuclear experimental
  • Manuel Magri (1851–1907) – Etnógrafo jesuíta, arqueólogo e escritor, um dos pioneiros na arqueologia de Malta
  • Emmanuel Maignan (1601–1676) – Físico e professor de medicina, que publicou trabalhos sobre "gnomonics" e perspectiva
  • Charles Malapert (1581–1630) - Jesuíta escritor, astrônomo e proponente da cosmologia aristotélica, também conhecido por observações de manchas solares e da superfície lunar; a cratera lunar Malapert leva seu nome
  • Nicolas Malebranche (1638–1715) – Filósofo que estudou física, ótica e as leis do movimento; divulgador das idéias deDescartes e Leibniz
  • Marcin of Urzędów (c. 1500–1573) – Médico, farmacêutico e botânico
  • Joseph Maréchal (1878–1944) – Jesuíta filósofo e psicólogo
  • Marie-Victorin (1885–1944) – Botânico mais conhecido como o pai do Jardin Botanique de Montréal
  • Edme Mariotte (c. 1620–1684) – O físico que reconheceu a Lei de Boyle e escreveu sobre a natureza da cor
  • Francesco Maurolico (1494–1575) – Contribuições para os campos da geometria, ótica, cônicas, mecânica, música e astronomia; deu a primeira prova conhecida por indução matemática
  • Christian Mayer (astronomer) (1719–1783) – Astrônomo jesuíta mais notável pelo estudo pioneiro de estrelas binárias
  • Gregor Mendel (1822–1884) – Monge agostiniano e pai da genética
  • Pietro Mengoli (1626–1686) – Matemático que foi o primeiro a propor o famoso problema da Basiléia
  • Giuseppe Mercalli (1850–1914) – Vulcanólogo e diretor do Observatório do Vesúvio, mais lembrado hoje pela sua escala de Mercalli para medir terremotos, que ainda está em uso
  • Marin Mersenne (1588–1648) – Filósofo, matemático e teórico da música, que é muitas vezes referido como o "pai da acústica"
  • Paul of Middelburg (1446–1534) – Escreveu importantes obras sobre a reforma do calendário
  • Maciej Miechowita (1457–1523) – Escreveu a primeira descrição geográfica e etnográfica exata da Europa do Leste, também escreveu dois tratados médicos
  • François-Napoléon-Marie Moigno (1804–1884) - Jesuíta físico e matemático, foi um expositor da ciência e tradutor, em vez de um investigador original
  • Juan Ignacio Molina (1740–1829) – Jesuíta naturalista, historiador, botânico, ornitologista e geógrafo
  • Louis Moréri (1643–1680) – Enciclopedista do século 17
  • Théodore Moret (1602–1667) – Jesuíta matemático e autor da primeira dissertação matemática defendida em Praga; a cratera Moretus leva seu nome
  • Landell de Moura (1861–1928) – Inventor que foi o primeiro a realizar a transmissão da voz humana por uma máquina sem fio
  • Gabriel Mouton (1618–1694) – Matemático, astrônomo, e dos primeiros defensores do sistema métrico
  • Jozef Murgaš (1864–1929) – Contribuiu para telegrafia sem fio e ajudou a desenvolver as comunicações móveis e a transmissão sem fio de informações e da voz humana
  • José Celestino Mutis (1732–1808) – Botânico e matemático que liderou a "Expedição botânica real" do Novo Mundo
  • Antonio Neri (1576–1614) – Herbalista, alquimista, e vidreiro
  • Jean François Niceron (1613–1646) – Matemático que estudou óptica geométrica
  • Nicholas of Cusa (1401–1464) – Cardeal, filósofo, jurista, matemático e astrônomo, um dos grandes gênios e polímatasdo século 15
  • Julius Nieuwland (1878–1936) – Sacerdote da Santa Cruz , conhecido por suas contribuições à pesquisa de acetileno e sua utilização como base para um tipo de borracha sintética, o que eventualmente levou à invenção de neoprene pela DuPont
  • Jean-Antoine Nollet (1700–1770) – O físico que descobriu o fenômeno da osmose em membranas naturais.
  • Hugo Obermaier (1877–1946) – Ilustres arqueólogo e antropólogo, que é conhecido por seu trabalho de estudo da difusão da humanidade na Europa durante a Idade do Gelo, e em ligação com a arte rupestre do norte espanhol
  • William de Ockham (c. 1288 – c. 1348) – Escolástico franciscano que escreveu obras importantes sobre lógica, física e teologia; conhecido pela Navalha de Ockham
  • Nicole Oresme (c. 1323–1382) – Um dos filósofos mais famosos e influentes da Idade Média, economista, matemático, físico, astrônomo, filósofo, teólogo e Bispo de Lisieux, e tradutor competente, um dos pensadores mais originais do século 14
  • Barnaba Oriani (1752–1832) – Geodeta, astrônomo e cientista; sua maior realização foi a investigação detalhada do planeta Urano; conhecido por teorema de Oriani
  • Luca Pacioli (c. 1446–1517) – Muitas vezes considerado como o Pai da Contabilidade; publicou vários trabalhossobre matemática
  • Ignace-Gaston Pardies (1636–1673) – Físico conhecido por sua correspondência com Newton e Descartes
  • Franciscus Patricius (1529–1597) – Teórico da cosmologia, filósofo e estudioso da Renascença
  • John Peckham (1230–1292) – Arcebispo de Canterbury e praticante pioneiro da ciência experimental
  • Nicolas Claude Fabri de Peiresc (1580–1637) – Astrônomo que descobriu a nebulosa de Orion; a cratera lunar Precious é nomeada em sua honra
  • Stephen Joseph Perry (1833–1889) – Astrônomo jesuíta e membro da Royal Society, fez observações freqüentes dos satélites de Júpiter, de ocultações estelares, dos cometas, meteoritos, das manchas causadas pelo sol e faculae
  • Giambattista Pianciani (1784–1862) – Jesuíta matemático e físico
  • Giuseppe Piazzi (1746–1826) – Teatino matemático e astrônomo que descobriu Ceres, hoje conhecido como o maior membro do cinturão de asteróides; também fez importante trabalho de catalogação de estrelas
  • Jean Picard (1620–1682) – Primeira pessoa a medir o tamanho da Terra a um grau razoável de precisão; também desenvolveu o que se tornou o método padrão para medir a ascensão reta de um objeto celestial; A missão PICARD, um observatório em órbita solar, é nomeada em sua honra
  • Edward Pigot (1858–1929) – Jesuíta sismólogo e astrónomo
  • Alexandre Guy Pingré (1711–1796) – Astrônomo e geógrafo naval francês, A cratera lunar Pingré é nomeada em sua homenagem, como o é o asteróide 12719 Pingré
  • Jean Baptiste François Pitra (1812–1889) – Cardeal beneditino, arqueólogo e teólogo notável por susas grandes descobertas arqueológicas
  • Charles Plumier (1646–1704) – Considerado um dos exploradores botânicos mais importantes do seu tempo
  • Marcin Odlanicki Poczobutt (1728–1810) - Jesuíta astrônomo e matemático, ganhou o título de Astrônomo do Rei; a cratera lunar Poczobuttcratera é nomeada em sua homenagem.
  • Léon Abel Provancher (1820–1892) – Naturalista dedicado ao estudo e descrição da fauna e da flora do Canadá; seu trabalho pioneiro lhe valeu a denominação de "Pai da História Natural do Canadá"
  • Louis Receveur (1757–1788) – Naturalista franciscano e astrônomo, descrito como sendo o mais próximo que se poderia chegar a ser um ecologista no século 18
  • Franz Reinzer (1661–1708) – Escreveu um aprofundado compêndio meteorológico, astrológico e político, abordando temas como os cometas, meteoros, raios, ventos, os fósseis, metais,corpos de água, e os tesouros subterrâneos e os segredos da terra
  • Louis Rendu (1789–1859) – Bispo que escreveu um livro importante sobre os mecanismos de movimento glacial; as geleiras Rendu ( Alasca, EUA ) e Monte Rendu (Antarctica) foram nomeadas por ele
  • Vincenzo Riccati (1707–1775) – Matemático e físico italiano
  • Matteo Ricci (1552–1610) – Um dos fundadores da Missão Jesuíta da China, co-autor do primeiro dicionário chinês-Europeu
  • Giovanni Battista Riccioli (1598–1671) – Astrônomo que foi o autor da Almagestum novum", uma enciclopédia influente da astronomia; foi a primeira pessoa a medir a taxa de aceleração de um corpo em queda livre, criou um selenógrafo com o Padre Grimaldi que hoje adorna a entrada do "National Air and Space Museum", em Washington DC
  • Johannes Ruysch (c. 1460–1533) – Explorador, cartógrafo e astrônomo que criou a segunda mais antiga representação impressa conhecida da do Novo Mundo
  • Giovanni Girolamo Saccheri (1667–1733) – Jesuíta matemático e geômetra
  • Johannes de Sacrobosco (c. 1195 – c. 1256) – Monge irlandês e astrônomo que escreveu o texto de astronomia medieval "Tractatus de Sphaera"; o seu "Algorismus" foi o primeiro texto a introduzir os numerais arábicos e procedimentos no currículo universitário europeu; a cratera lunar Sacrobosco é nomeada em sua homenagem
  • Gregoire de Saint-Vincent (1584–1667) – Jesuíta matemático que fez importantes contribuições ao estudo da hipérbole
  • Alphonse Antonio de Sarasa (1618–1667) – Jesuíta matemático que contribuiu para a compreensão dos logaritmos
  • Christoph Scheiner (c. 1573–1650) – Jesuíta físico, astrônomo e inventor do pantógrafo, escreveu sobre uma vasta gama de assuntos científicos
  • George Schoener (1864–1941) – Tornou-se conhecido nos Estados Unidos como o "Pai das Rosas" por seus experimentos para melhorar a reprodução de rosas
  • Gaspar Schott (1608–1666) – Jesuíta físico, astrônomo e filósofo natural que é mais amplamente conhecido por seus trabalhos sobre os instrumentos mecânicos e hidráulicos
  • Franz Paula von Schrank (1747–1835) – Botânico, entomologista e escritor prolífico
  • Berthold Schwarz (c. 14th century) - Frade franciscano e inventor de renome de armas de pólvora e fogo
  • Anton Maria Schyrleus of Rheita (1604–1660) – Astrônomo e óptico, que construiu o telescópio Kepler
  • George Mary Searle (1839–1918) – Paulista astrônomo e professor que descobriu seis galáxias
  • Angelo Secchi (1818–1878) – Pioneiro na espectroscopia astronômica; foi um dos primeiros cientistas a afirmar com autoridade que o Sol é uma estrela
  • Włodzimierz Sedlak (1911–1993) – Pai da bioeletrônica polonês e da teoria eletromagnética da vida
  • Alessandro Serpieri (1823–1885) – Astrônomo e biólogo que estudou as estrelas cadentes, e foi o primeiro a introduzir o conceito de radiante sísmica
  • Gerolamo Sersale (1584–1654) – Jesuíta astrónomo e selenógrafo; seu mapa da lua pode ser visto no Observatório Naval de San Fernando, a cratera lunar Sirsalis é nomeada em sua homenagem
  • Benedict Sestini (1816–1890) – Astrônomo jesuíta, matemático e arquiteto, estudou as manchas solares e eclipses; escreveu livros sobre uma variedade de assuntos matemáticos
  • René François Walter de Sluse (1622–1685) – Matemático com uma família de curvas que leva seu nome
  • Lazzaro Spallanzani (1729–1799) – Biólogo e fisiologista que fez importantes contribuições para o estudo experimental das funções corporais e reprodução animal, e essencialmente descobriu a ecolocalização; a sua investigação da biogênese pavimentou o caminho para as investigações de Louis Pasteur...
  • Valentin Stansel (1621–1705) – Jesuíta astrônomo, que fez importantes observações de cometas
  • Johan Stein (1871–1951) – Jesuíta astrônomo e diretor do Observatório do Vaticano, o qual ele modernizou e mudou para Castel Gandolfo; a cratera lunar Stein no lado oculto da Lua é nomeada em sua homenagem
  • Nicolas Steno (1638–1686) – Muitas vezes chamado o pai de geografia e estratigrafia ("princípios de Steno"); beatificado pelo Papa João Paulo II
  • Pope Sylvester II (c. 946–1003) – Prolífico estudioso que recomendou e promoveu conhecimentos árabes de aritmética, matemática e astronomia na Europa, reintroduzindo o ábaco e a esfera armilar que tinham sido perdidos na Europa desde o fim da era greco-romana
  • Alexius Sylvius Polonus (1593 – c. 1653) – Jesuit astronomer who studied sunspots and published a work on calendariography
  • Ignacije Szentmartony (1718–1793) – Astrônomo jesuíta que estudou as manchas solares e publicou um trabalho sobre calendariografia
  • André Tacquet (1612–1660) – Jesuíta matemático cujo trabalho estabeleceu as bases para a eventual descoberta do cálculo
  • Pierre Teilhard de Chardin (1881–1955) – Jesuíta paleontólogo e geólogo que participou na descoberta do Homem de Pequim
  • Francesco Lana de Terzi (c. 1631–1687) – Referido como o Pai da Aeronáutica pelo seu pioneirismo, também desenvolveu a idéia que originou o Braille
  • Theodoric of Freiberg (c. 1250 – c. 1310) – Teólogo dominicano e físico que fez a primeira análise correta da geometria do arco-íris
  • Joseph Tiefenthaler (1710–1785) – Um dos primeiros geógrafos europeus a escrever sobre a Índia
  • Giuseppe Toaldo (1719–1797) – Cientista que estudou a eletricidade atmosférica e fez um importante trabalho com varas "lightnight"; o asteróide 23685 Toaldo é nomeado em sua homenagem
  • José Torrubia (c. 1700–1768) – Lingüista, cientista, colecionador de fósseis e livros, e escritor sobre temas históricos, políticos e religiosos
  • Franz de Paula Triesnecker (1745–1817) – Jesuíta astrônomo e diretor do Observatório de Viena, publicou uma série de tratados sobre astronomia e geografia; a cratera lunar Triesnecker é nomeada em sua homenagem.
  • Basil Valentine (c. 15th century) – Alquemista a quem o autor James J. Walsh chama o pai da química moderna [9]
  • Luca Valerio (1552–1618) – Jesuíta matemático que desenvolveu maneiras de encontrar volumes e centros de gravidade dos corpos sólidos
  • Pierre Varignon (1654–1722) – Matemático cuja principal contribuição foi à estática e mecânica; criou uma explicação mecânica da gravitação
  • Fausto Veranzio (c. 1551–1617) – Bispo, inventor polímata, e lexicógrafo
  • Ferdinand Verbiest (1623–1688) – Jesuíta astrônomo e matemático, desenhou o que alguns dizem ser o primeiro veículo auto-propelido - muitos afirmam que este foi o primeiro automóvel do mundo
  • Francesco de Vico (1805–1848) – Jesuíta astrônomo que descobriu ou co-descobriu um grande número de cometas; também fez observações de Saturno e as lacunas em seus anéis, a cratera lunar DeVico e o asteróide 20103 de Vico são nomeados em sua homenagem
  • Vincent of Beauvais (c.1190–c.1264) – Escreveu a enciclopédia mais influente da Idade Média
  • János Vitéz (archbishop) (c.1405–1472) – Arcebispo astrônomo e matemático
  • Martin Waldseemüller (c. 1470–1520) – Cartógrafo alemão que, junto com Matthias Ringmann, é creditado com o primeiro a usar o termo América de modo registrado
  • Godefroy Wendelin (1580–1667) – Astrônomo que reconheceu a terceira lei de Kepler aplicada aos satélites deJúpiter; a cratera lunar Vendelinus é nomeada em sua honra
  • Johannes Werner (1468–1522) – Matemático, astrônomo e geógrafo
  • Witelo (c. 1230 – after 1280, before 1314) – Físico, filósofo natural e matemático; a cratera lunar Vitello é nomeada em sua honra, sua "Perspectiva" influencioiu fortemente cientistas mais tarde, em especial Johannes Kepler
  • Julian Tenison Woods (1832–1889) – Passionista geólogo e mineralogista
  • Theodor Wulf (1868–1946) – Jesuíta físico que foi um dos primeiros a fazer um experimento para detectar excesso de radiação atmosférica
  • John Zahm (1851–1921) – Padre da Santa Cruz e explorador da América do Sul
  • Giuseppe Zamboni (1776–1846) – Físico que inventou a pilha Zamboni, uma bateria elétrica semelhante à pilha de Volta
  • Francesco Zantedeschi (1797–1873) – Está entre os primeiros a reconhecer a absorção de luz vermelha, amarela e verde marcada pela atmosfera; publicou artigos sobre a produção de correntes elétricas em circuitos fechados, pela abordagem de retirada de um ímã, antecipando assim os experimentos clássicos de Michael Faraday de 1831
  • Niccolò Zucchi (1586–1670) – Tentou construir um telescópio de reflexão em 1616, pode ter sido o primeiro a ver os cinturões do planeta Júpiter; correspondeu-se com Kepler
  • Giovanni Battista Zupi (c. 1590–1650) – Astrônomo jesuíta, matemático e primeira pessoa a descobrir que o planeta Mercúrio tinha fases orbitais; a cratera lunar Zupus é nomeada em sua honra

[editar]Leitura recomendada

  • Barr, Stephen M. Modern Physics and Ancient Faith. Notre Dame, IN: University of Notre Dame, 2006.
  • Broad, William J. "How the Church aided 'Heretical' Astronomy," New York Times, October 19, 1999.
  • Gilson, Etienne, Reason and Revelation in the Middle Ages. New York: Charles Scribner's Sons, 1970.
  • Grant, Edward. The Foundations of Modern Science in the Middle Ages: Their Religious, Institutional, and Intellectual Contexts. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
  • Grant, Edward. God and Reason in the Middle Ages. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
  • Hannam, James. God's Philosophers: How the Medieval World Laid the Foundations of Modern Science. London: Icon, 2009.
  • Heilbron, J.L. The Sun in the Church: Cathedrals as Solar Observatories. Cambridge: Harvard University Press, 1999.
  • Horn, Stephan Otto, ed. Creation and Evolution: A Conference with Pope Benedict XVI in Castel Gandolfo. San Francisco, CA: Ignatius, 2008.
  • Jaki, Stanley. The Savior of Science. Grand Rapids: Eerdmans, 2000.
  • Jaki, Stanley. Science and Creation: From Eternal Cycles to an Oscillating University. Edinburgh: Scottish Academic Press, 1986.
  • Lindberg, David C. The Beginnings of Western Science. Chicago: University of Chicago Press, 1992.
  • MacDonnell, Joseph E. Jesuit Geometers. St. Louis: Institute of Jesuit Sources, 1989.
  • Schönborn, Christoph Cardinal. Chance or Purpose?: Creation, Evolution, and a Rational Faith. San Francisco: Ignatius, 2007.
  • Walsh, James J. Catholic Churchmen in Science: Sketches of the Lives of Catholic Ecclesiastics Who Were among the Great Founders in Science.
  • Walsh, James J. The Popes and Science. New York: Fordham University Press, 1911.
  • Woods, Thomas E. How the Catholic Church Built Western Civilization. Washington, DC: Regnery Pub., 2005. Print.

[editar]Notas

Referências

  1.  Woods, Thomas E. How the Catholic Church Built Western Civilization. Washington, DC: Regnery Pub., 2005
  2.  Lindberg, David C. and Ronald L. Numbers, eds. God and Nature: Historical Essays on the Encounter Between Christianity and Science. Berkeley: University of California Press, 1986.
  3.  Wright, Jonathan. God's Soldiers: Adventure, Politics, intrigue and Power: A History of the Jesuits. London: HarperCollincs, 2004.
  4.  Heilbron, J.L. The Sun in the Church: Cathedrals as Solar Observatories. Cambridge: Harvard University Press, 1999.
  5.  Woods, Thomas E. How the Catholic Church Built Western Civilization. Washington, DC: Regnery Pub., 2005
  6.  ibid
  7.  ibid.
  8.  ibid.
  9.  Walsh, James J. Catholic Churchmen in Science: Sketches of the Lives of Catholic Ecclesiastics who were among the Great Founders of Science.

Fonte: Wikipédia.

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