Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade. (II Coríntios 13,8)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Esquema do Modernismo Católico

Introdução

Constata-se que a Igreja Católica atravessa uma grande crise, talvez a maior em toda sua história. Grandes nações, outrora católicas, legitimam leis (ou querem legitimar) que excluem qualquer referência as suas origens cristãs. A própria Igreja balança, tornando verdades anteriormente incontestáveis plenas de dúvidas ou até mesmo ultrapassadas. Nem mesmo a Missa ficou livre de profundas transformações. Algo desse tipo não pode ser feito de um dia para o outro, mas são precisos séculos de preparo. O presente artigo visa somente oferecer aos leitores um esquema histórico do modernismo católico até o concílio Vaticano II, de forma a fornecer uma visão de todo, que possa ser uma bússola orientadora para um estudo aprofundado.

As tendências precursoras do Concilio Vaticano II

Catolicismo liberal

· Surgido na França no Século XIX. Seu fundador foi o sacerdote Felicidad Roberto de Lamennais (1782-1854) que difundiu as idéias liberais através do jornal l’Avenir fundado em 1830.

· Pretendia fazer a síntese, a conciliação entre o catolicismo e os princípios da Revolução Francesa (igualdade, liberdade e Fraternidade). Sustentava a separação entre Igreja e Estado e a liberdade religiosa.

· Dentro do Catolicismo Liberal se desenvolveram dois fenômenos: a democracia cristã no campo político e o modernismo no campo religioso.

a. Democracia Cristã

· Tinha o propósito de reunir em um partido seus adeptos

· Surgiu também na França em 1892. Seu fundador foi o industriário Leon Harmel

· Defendia que todo o poder vem de Deus, mas reside primeiro no povo que delega aquele aos governantes (soberania popular).

· Criação de um partido em 1897, chamado “Conselho Nacional da Democracia Cristã”. Ao mesmo tempo houve formação de uma Sociedade Secreta chamada “Seminaristas Sociais”, cujo objetivo era distribuir periódicos clandestinos nos Seminários

· Posteriormente, surge o filósofo Jacques Maritain (1882-1973), defensor de uma Nova Cristandade laica, dessacralizada. Ele tenta fazer a conciliação da Fé Católica com o humanismo antropocêntrico.

b. Modernismo

· Surgiu igualmente na França nos últimos anos do governo de Leão XIII, se desenvolvendo também na Itália, Inglaterra e Alemanha.

· Defendia a evolução dogmática

· Parte da incapacidade do homem de conhecer a existência de Deus pela razão natural (imanentismo de Kant)

· Tem como precursor Louis Olivier Duchesne (1843-1922), professor de história e arqueologia cristã do Instituto Católico e Paris, que escreveu um livro intitulado “Histoire ancienne de L’Eglise (História antiga da Igreja)”, onde faz uma análise racionalista do cristianismo.

· Os principais modernistas foram os sacerdotes Loisy (francês), Tyrrel (irlandês) e Laberthoniere (francês), assim como os leigos Maurice Blondel (francês) e Le Roy (francês). Na Itália foram Buonaiuti e Murri.

· Alfred Firmin Loisy (1857-1940) à discípulo de Duchesne. Professor de exegese do Instituto Católico de Paris. Autor do livro capital do modernismo “L’Evangile et L’Eglise (O evangelho e a Igreja)”, onde nega o caráter sobrenatural da religião cristã, os milagres, a ressurreição, etc; e defende a evolução dogmática.

· Maurice Blondel (1861-1949) à filósofo. Autor do livro “La acción (A ação)”. Defendia entre outras coisas a tradição como experiência coletiva da Igreja, portanto, algo evolutivo.

Renato Salles

Fonte: http://renatosalles.blogspot.com/2010/02/esquema-do-modernismo-catolico.html

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