Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade. (II Coríntios 13,8)

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A (minha) Verdade...

Pessoal do Grupo, mais sobre verdade. Esse belo artigo foi postado no blog Apologeta pelo amigo Alessandro Martini responsável pelo mesmo.

A (minha) Verdade...

Dia a dia, durante as poucas discussões teológicas ou filosóficas que travo, ao não ter mais argumentos, ou por não ter argumentos, é comum alguém repetir algumas asneiras como:

  • Eu tenho a minha verdade, você tem a sua;
  • Cada um tem a sua verdade;
  • A verdade é relativa;
  • Eu acho que é assim;
  • A verdade depende do ponto de vista;

Então vamos a ela, a VERDADE.

Nosso conceito de verdade vem de 3 origens: do grego "aletheia", significando: não-oculto, não-escondido, não-dissimulado. O verdadeiro é o que se manifesta (se dá a conhecer) aos olhos do corpo e do espírito (razão); a verdade é a manifestação daquilo que é ou existe tal como é. O verdadeiro se opõe ao falso, pseudos, que é o encoberto, o escondido, o dissimulado, o que parece ser e não é como parece. O verdadeiro é o evidente ou o plenamente visível para a razão; do latim "veritas" que se refere à precisão, ao rigor e à exatidão de um relato, no qual se diz com detalhes, pormenores e fidelidade o que aconteceu. Verdadeiro se refere, portanto, à linguagem enquanto narrativa de fatos acontecidos, refere-se a enunciados que dizem fielmente as coisas tais como foram ou aconteceram. Um relato é veraz ou dotado de veracidade quando a linguagem enuncia os fatos reais; do hebraico "emunah" que significa confiança. Agora são as pessoas e é Deus quem são verdadeiros. Um Deus verdadeiro ou um amigo verdadeiro são aqueles que cumprem o que prometem, são fiéis à palavra dada ou a um pacto feito; enfim, não traem a confiança.

Aletheia se refere ao que as coisas são; veritas se refere aos fatos que foram; emunah se refere às ações e as coisas que serão. A nossa concepção da verdade é uma síntese dessas três fontes e por isso se refere às coisas presentes (como na aletheia), aos fatos passados (como na veritas) e às coisas futuras (como na emunah). Também se refere à própria realidade (como na aletheia), à linguagem (como na veritas) e à confiança-esperança (como na emunah).[1]

Num debate discute-se(através da linguagem) idéias, e conceitos, nestes a mais simples definição de verdade é :Verdade é a perfeita conformidade entre a idéia de um ente e este ente, ou seja Verdade é a conformidade do conhecimento com o real.[2]

A verdade é universal - não importa o lugar ou a época, 2+2 = 4 e não muda ainda que a maioria venha a dizer que é 5.
A verdade é objetiva - não depende do sujeito que conhece(tem a idéia) e sim do objeto conhecido.
A verdade é uma só - não podemos ter duas "representações exatas de um ente" diferentes entre si.

A verdade não depende do que eu acho, ou do que você acha, ou do que a maioria acha; se eu, você, ou mesmo a maioria absoluta, acharmos que o sol é frio, ele não vai dar pelotas, não vai comprar um cachecol, e vai continuar sendo o que é.

Quem desenvolve uma idéia que não condiz com a realidade é louco. E eu já começo "achar" que vivo em um hospício amplo e liberal.

É possível que cada um tenha a sua opinião, mas opinião é uma idéia não fundamentada, ou seja é uma idéia que alguém forma, sem conhecimento real do objeto, opinião é o ACHO e não a VERDADE.

O que eu ACHO não vale nada, o que você ACHA não vale nada, e o que a maioria ACHA não vale nada, vale o que é, vale a verdade.

Alguém tem outra?

[1] Convite a Filosofia - Marilena Chaui - Un. 3 Cap. 3
[2] Dic Michaelis - Versão Eletrônica - "Verdade"

Fonte: http://apologeta.blogspot.com/2007/04/minha-verdade.html


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